Inês Marinita vivia com a mãe depois de o companheiro ter cortado relações por causa da morte da menina.
Corpo do artigo
A mãe de Jéssica, a menina de três anos que morreu em Setúbal, na segunda-feira, dia 20, vítima de rapto e homicídio por causa de uma dívida de 400 euros, mudou de casa por causa das ameaças constantes. Inês Marinita estava em casa da mãe, avó de Jéssica, no Bairro de São Gabriel, em Setúbal, desde o funeral da menina, na sexta-feira, e agora está em local não revelado, mas que será conhecido da Polícia Judiciária (PJ).
O seu ex-companheiro, Paulo, deixou de a aceitar na casa onde ambos viviam com a menina antes da tragédia. E as ameaças já tinham feito com que Inês deixasse de sair à rua. Na última sexta-feira deixou de ser vista, tal como a sua mãe e o seu pai, que vivem na mesma casa. A comida e as compras eram entregues por estafetas, os únicos que acediam à casa.
Na rua, são muitas as ameaças dirigidas à mulher, principalmente por ocupantes de viaturas que passam junto à casa. "Sai cá para fora que tratamos de ti", "a culpa é tua", são alguns dos gritos que são ouvidos. Os três suspeitos da morte da menina, Cristina, o marido Justo e a filha Esmeralda estão em prisão preventiva. Foram detidos pela PJ quando preparavam a fuga do país. Estavam já em Leiria quando foram localizados.
Inês endividou-se com Cristina, a quem pediu um feitiço de "amarração" para manter o companheiro. O preço era 400 euros que com juros já estava nos 800 euros. Jéssica pagou com a vida pela dívida da mãe. Foi raptada e morreu vítima de espancamento ao longo de seis dias na casa de Cristina, no Beco da Penhana, Setúbal.
Pormenores
Sem sinais de abusos
O relatório final da autópsia ainda não está concluído, mas não foram encontrados sinais físicos de abuso sexual, entre as marcas de violência que o corpo evidenciava.
Escondeu o caso
Segundo a PJ, Inês foi ludibriada para deixar a filha em casa de Tita e quando o fez já não conseguiu sair de lá com ela. Seis dias depois foi buscá-la, moribunda, e decidiu não a levar ao hospital, escondendo o caso.