As duas mulheres suspeitas do homicídio de Jéssica, a menina de três anos morta à pancada, em Setúbal, encontram-se detidas na Casa das Mães, no Estabelecimento Prisional de Tires, uma unidade destinada a reclusas com crianças até aos três anos. A Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) esclareceu que "a "Casa das Mães " é um edifício composto por três alas independentes entre si".
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A denúncia foi feita, esta sexta-feira, pela Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), segundo a qual "a Direção da prisão não conseguiu lugar mais indicado para colocar ambas as reclusas, mãe e filha, acusadas de um homicídio com contornos de malvadez extrema, sobre uma criança de três anos, numa mesma cela, na Casa das Mães que, como se sabe, é onde vivem as crianças, até aos três anos, filhas de reclusas".
A DGRSP, em resposta a questões colocadas pelo JN, informou que "não faz partilha pública dos critérios de afetação dos reclusos aos diferentes espaços que constituem os estabelecimentos prisionais". Mas esclareceu que "a "Casa das Mães " é um edifício composto por três alas independentes entre si, estando as reclusas grávidas e as que estão acompanhadas de filhos alocadas a uma única ala".
Em comunicado, a APAR sublinha "houve ordem para que as duas ficassem separadas das restantes detidas por ser conhecida a prática, nas cadeias, de reclusos e reclusas agredirem quem entra acusado de crimes deste género".
Aquela associação questiona, por outro lado, "se uma daquelas crianças, numa atitude inocente, se aproximar das mulheres a que nos referimos, e estas decidirem interagir com ela, ainda que seja com uma carícia, isso será, ou não, motivo para uma reação violenta por parte das mães que ali se encontram".
"Ter duas pessoas acusadas de infanticídio, no único sítio da cadeia onde vivem crianças é algo para o qual nem conseguimos adjetivos", conclui a APAR.