Rapariga de 13 anos foi vítima de abuso sexual em fábrica abandonada na Trofa. Dois rapazes, na altura com 17 anos, vão agora ser julgados.
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Tinha apenas 13 anos quando foi ameaçada de morte e vítima de abusos sexuais por um adolescente de 17, numa fábrica abandonada, na Trofa, onde fora atraída pelo agressor e por um antigo namorado, também de 17 anos. Os jovens vão ser julgados no Tribunal de Matosinhos por crimes de abuso e coação sexual.
No final de novembro de 2018. "Maria" (nome fictício, tal como os outros protagonistas) começou a namorar com "Rogério", então com 17 anos. A relação durou apenas três meses. Mas, de acordo com o Ministério Público (MP), chegaram a ter relações sexuais uma vez.
Dois meses depois do namoro ter terminado, "Rui", amigo de "Rogério", começou a enviar mensagens à menor, através da rede social Instagram, ameaçando matar-lhe a família se ela não fosse ter com ele, supostamente para falarem sobre uma conversa mantida com outra rapariga.
No dia seguinte, a 20 de abril de 2020, a menor foi ter com "Rui" que apareceu com o ex-namorado. Encontraram-se na rua e foram caminhando. Por insistência de "Rui", acabaram por ir para uma fábrica abandonada, onde o ex-namorado da vítima a deixou sozinha com o amigo. Houve uma troca de beijos e "Maria" foi conduzida para uma espécie de quarto que havia naquela fábrica devoluta.
Ameaçada de morte
Ali, segundo o MP, a rapariga foi ameaçada de morte, bem como a sua família, para fazer sexo. "Ou deixas ou é pior para ti", terá avisado o jovem. "Maria" foi assim forçada a satisfazer diversos desejos sexuais de "Rui". Depois, foi ter com "Rogério", que esteve sempre perto e foram embora.
"Os arguidos sabiam que a ofendida tinha menos de 14 anos de idade e estavam cientes que (...) estavam a prejudicar, de forma séria, o desenvolvimento da sua personalidade, designadamente, na esfera sexual, e punham em causa o normal e são desenvolvimento psicológico, afetivo e da consciência sexual da menor", argumenta o MP.
A menor denunciou o caso às autoridades, tendo prestado declarações para memória futura. Os dois jovens foram constituídos arguidos, após uma investigação da Polícia Judiciária e permanecem em liberdade, com termo de identidade e residência.