José Sócrates, arguido no inquérito "Operação Marquês", vai voltar a ser interrogado na segunda-feira à tarde, confirmou a PGR. Empresário Carlos Santos Silva foi inquirido na sexta-feira.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, este sábado, que o antigo primeiro-ministro José Sócrates será interrogado na segunda-feira à tarde no âmbito do inquérito "Operação Marquês" e que o empresário Carlos Santos Silva foi inquirido na sexta-feira.
"Estão, ainda, previstos interrogatórios de outros arguidos no decurso da próxima semana", adianta a PGR, num esclarecimento enviado à agência Lusa.
Esta manhã, o novo interrogatório ao antigo primeiro-ministro no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tinha sido confirmado à agência Lusa fonte ligada ao processo.
A data do novo interrogatório foi avançada pela SIC, depois de o jornal "Expresso" noticiar que o Ministério Público (MP) conta ainda interrogar o ex-primeiro-ministro uma terceira e última vez para o confrontar com novos elementos do processo e antes de deduzir acusação contra ele por corrupção e outros crimes no prazo anunciado pela Procuradoria-Geral da República (17 de março). "Os investigadores pensam que José Sócrates foi corrompido por 23 milhões de euros", escreve o semanário.
Contactado pela agência Lusa, João Araújo, advogado de José Sócrates juntamente com Pedro Delille, precisou que a defesa foi notificada pelo MP para o seu cliente comparecer no interrogatório de segunda-feira no DCIAP, tendo o MP pedido aos advogados que notificassem o próprio ex-primeiro-ministro da diligência marcada.
Em declarações à RTP, João Araújo considera que as "provas robustas" dos procuradores contra José Sócrates, como refere o "Expresso", são "suspeitas para intoxicar a opinião pública". E acrescentou: "O MP não tem provas e nunca as terá".
O antigo líder do PS está indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, numa investigação que conta, até ao momento, com 25 arguidos - 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena - estando a decisão do Ministério Público de acusar ou arquivar o processo marcada para a próxima sexta-feira.
Questionado sobre a dedução da acusação ao antigo primeiro-ministro, João Araújo afirmou: "Não acredito. A acusação, a haver, devia ter sido feita até outubro de 2015."
Entre os arguidos do processo estão o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.