Dirigentes sindicais asseguram que é impossível detetar nova droga consumida nas cadeias sem o auxílio de reagentes.
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Os guardas prisionais confirmam que a K4 está a criar uma "grande instabilidade" nas cadeias, devido ao comportamento extremamente agressivo dos consumidores. E também certificam que é praticamente impossível detetar esta nova droga à vista desarmada. A solução poderá passar pela utilização de reagentes, que os elementos do Corpo da Guarda Prisional nem sequer sabem se existem.
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"As alterações comportamentais inexplicáveis dos reclusos chamaram a atenção para o problema. Tanto mais que, no dia seguinte, alguns deles não se lembravam de nada do que tinha acontecido", refere o presidente da Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP). Hermínio Barradas recorda que só com o resultado das análises sanguíneas feitas aos presos, que revelaram a presença de substâncias até então desconhecidas, se começou a perceber o que estava a acontecer. "Não há qualquer mecanismo para escrutinar papéis embebidos [com K4]. Aquilo não tem cheiro, nem cor e é impossível de detetar", assegura.
O presidente da ASCCGP frisa ainda que esta droga "gera uma instabilidade incontrolável" nas prisões. "Os guardas temem ser atacados a qualquer momento e até os reclusos têm medo de, durante a noite, serem agredidos por um colega de cela que tenha consumido aquela droga", afirma.
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"Reclusos alucinados"
O líder do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Nacional, Carlos Sousa, também declara que "há vários casos de reclusos encaminhados para a enfermaria dos estabelecimentos prisionais ou para as urgências dos hospitais" após o consumo da K4. "Os reclusos ficam alucinados quando fumam. Esta droga potencia a violência", garante.
Carlos Sousa, que diz que a K4 é "uma espécie de LSD diluído e pulverizado em papel", revela que a nova droga é traficada atrás das grades "há cerca de um ano", sem que haja "hipótese de ser identificada" pelos guardas prisionais. Hermínio Barradas aponta o mesmo período temporal e sustenta que, depois de alguns meses de intenso consumo, a "situação parece estar mais estável.