José Lúcio lançou um livro com textos publicados durante quatro anos num jornal digital de Beja.
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Juiz há 34 anos, desembargador do Tribunal da Relação de Évora, José Lúcio lançou o livro "Crónicas do Lidador", obra que nasceu do exercício das funções de juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Beja e que em grande parte resulta da recolha de crónicas publicadas entre 2018 e 2021 no jornal online "Lidador Notícias", de Beja. O magistrado de 62 anos exerceu funções na capital do Baixo Alentejo entre junho de 2014 e 31 de dezembro de 2020, cargo que resultou da organização decretada pelo Ministério da Justiça e foi a sua defesa da abertura do meio judicial à Comunicação Social que o levou a escrever as crónicas semanais.
"As crónicas tinham a preocupação de comunicar com o exterior de modo a que as realidades da Justiça estivessem acessíveis aos olhares do cidadão comum", justificou.
José Lúcio revela que o mesmo nasce do exercício das funções de juiz e que "só nesse contexto deve ser entendido, tendo a pretensão de conter ideias com alcance mais geral".
No prefácio, o juiz/escritor justifica que a obra é composta por duas partes distintas: "A primeira é um escrito datado de 2013, onde procurei explanar o que pensava sobre o papel do juiz presidente da comarca e produzido para o Centro de Estudos Judiciários e depois transmitido ao Conselho Superior da Magistratura. A segunda é constituída pela recolha de 60 textos publicados no jornal eletrónico, onde tentei passar a prática as intenções anunciadas naquele ensaio preliminar", concluiu.
Nas mais de três décadas de toga envergada nos tribunais, José Lúcio exerceu funções como juiz de Direito em Portalegre, Moita, Mogadouro, Torres Novas, Porto e Évora. Antes de regressar à "Cidade Museu", esteve cinco anos e meio em Beja como juiz presidente do Tribunal da Comarca. "Foi uma importante parcela da minha vida e queria dela guardar algum documento. Se a mais ninguém interessar fica para mim e alguns amigos". Diz que tentou ser fiel à imagem que tinha idealizado, "um juiz presidente presente e atento, com um relacionamento de efetiva proximidade com aqueles com quem tinha que interagir, dentro e fora da organização judiciária", concluiu.