Pai de Fernando Valente diz que filho foi "massacrado" pela família da grávida da Murtosa
O pai do empresário Fernando Valente, absolvido da acusação do homicídio da grávida desaparecida na Murtosa, afirmou esta sexta-feira que o filho foi "massacrado com afirmações" pelos familiares da vítima. Manuel Valente falava como testemunha no julgamento em que a tia e a irmã gémea da vítima, Mónica Silva, estão a ser julgadas no Tribunal de Estarreja, acusadas de terem difamado Fernando Valente em entrevistas e nas redes sociais.
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O pai de Fernando Valente afirmou que a situação que se "abateu" sobre a sua família foi "um estrondo", imputando as responsabilidades diretamente às duas mulheres que o filho processou, a tia Filomena Silva e a irmã gémea da vítima, Sara Silva.
"Aquilo eram carros sempre a parar em frente à minha casa e olhavam para dentro, por causa das entrevistas da tia e da irmã gémea. O meu filho sentiu-se muito triste e abalado com isto, é uma coisa que não desejo mesmo a ninguém", disse Manuel Valente.
"Uma pessoa fica triste, quando se é acusado de uma coisa que não se fez, ninguém fica bem com essa situação", acrescentou Manuel Valente, também empresário na Murtosa.
Sobre a versão segundo a qual ambas afirmaram que Fernando Valente foi visto a queimar ecografias da gravidez de Mónica Silva, o pai de Fernando Valente afirmou que o filho "estava a queimar só embalagens de sumos e de refrigerantes".
Um forte contingente da GNR, incluindo operacionais oriundos do Destacamento de Intervenção da GNR de Aveiro, está, desde a manhã desta sexta-feira, nas imediações e dentro do Palácio da Justiça de Estarreja.
Fernando Valente, de 38 anos, divorciado, economista e empresário, foi absolvido no Tribunal do Júri de Aveiro, mas a ilibação ainda é provisória, porque o Ministério Público e também familiares da vítima recorreram para o Tribunal da Relação do Porto, assim como o Ministério Público.
Fernando Valente imputa seis crimes de difamação agravada à tia da grávida, Filomena Silva, e um à irmã gémea da grávida, por causa das entrevistas que concederam aos jornalistas e a publicações nas redes sociais.
O empresário da Murtosa, absolvido no passado dia 8 de julho de 2025, pede indemnizações de cinco mil euros à tia e de mil euros a Sara Silva.
Filomena Silva deu mais entrevistas e fez afirmações nas redes sociais, com uma linguagem contundente, enquanto Sara Silva teve uma entrevista mais contida, mas atribuindo também autoria do homicídio a Fernando Valente, segundo o Ministério Público. Ambas também imputam a Fernando Valente a paternidade do feto de sete meses.
Fernando Valente absolvido em Aveiro
O economista e empresário Fernando Valente, o único suspeito do homicídio de Mónica Silva, a grávida com sete meses de gestação desaparecida da Murtosa, desde 3 de outubro de 2023, foi absolvido em toda a linha, pelo Tribunal do Júri de Aveiro.
As três juízas de carreira e os quatro jurados nem sequer provaram que Mónica Silva, de 33 anos, esteja morta, logo não se constatou ter havido homicídio, muito menos ter sido Fernando Valente o autor, o que levou à absolvição de todas as acusações.
Recursos na Relação do Porto
A absolvição de Fernando Valente, proferida em 8 de julho, motivou já dois recursos. Um do Ministério Público e o outro do advogado António Falé de Carvalho, que representa os familiares de Mónica Silva.
A família quer a repetição do julgamento enquanto o MP reclama uma pena de 25 anos para Fernando Valente.