O antigo ministro da Economia Manuel Pinho, agora em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, no âmbito do processo EDP, está a adaptar-se à sua nova vida, na Quinta do Assento, em Gondizalves, Braga, que partilha com a mulher, a filha e o genro.
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Os primeiros dias foram marcados pela intensidade das obras de construção civil e de jardinagem na propriedade, que não era habitada há anos, além da instalação de sistemas de telecomunicações, compatíveis com a vigilância eletrónica remota.
Manuel Pinho, visivelmente mais gordo, passou o dia de ontem a entrar e a sair da casa senhorial que ocupa, para uma segunda construção, igualmente rústica e em pedra, que é uma espécie de escritório, onde também costuma almoçar. Tanto quanto o JN pôde observar, Pinho fuma cigarros com frequência e está muitas vezes a falar ao telemóvel.
A família de Manuel Pinho é muito conhecida em Braga. É sobrinho do falecido médico Lito Gomes de Almeida, antigo presidente do Sporting de Braga e da Liga de Clubes de Futebol Profissional, além de ter presidido à Câmara de Espinho e ao clube de futebol desta cidade. A família do ministro da Economia de José Sócrates também tem interesses no setor hoteleiro, na zona do Gerês, e numa empresa de camionagem.
A tranquilidade de Gondizalves foi interrompida pelo vai e vem de camiões e carrinhas de empresas, na zona da moradia do arguido do caso EDP, que ali chegou escoltado pela GNR depois de ter estado alojado no Algarve. Como não pagou a caução de seis milhões de euros que lhe foi imposta, poderá continuar até dezembro em prisão domiciliária, pois o juiz de instrução Carlos Alexandre classificou o caso como de especial complexidade, por solicitação do Ministério Público, alargando os prazos da medida de coação. Manuel Pinho responde por crimes de corrupção e branqueamento de capitais.
Pensão reduzida
Carlos Alexandre decretou esta semana o arresto de 13 bens imóveis do casal e de grande parte da pensão do ex-ministro. Os 15 mil euros por mês que recebia passam a ser 2115.
Mulher é arguida
Alexandra Pinho, mulher do ex-ministro, está sujeita a apresentações periódicas às autoridades, que deverá cumprir na GNR de Braga.