A Polícia Judiciária de Setúbal deteve um homem, de 30 anos, que é suspeito de ter esfaqueado mortalmente outro, servente de pedreiro e seis anos mais novo, à porta da casa que ambos ocupavam ilegalmente, na Sobreda da Caparica, em Almada. O crime terá sido justificado por dívidas de droga.
Corpo do artigo
Os factos passaram-se, perto das 23.30 horas de sexta feira, 26 de maio, junto ao número 50 da Rua Quinta do Perfume, uma via em terra batida e com moradias devolutas, algumas delas ocupadas por pessoas sem abrigo. Tiago Gonçalves tinha ocupado, com a namorada, uma daquelas casas há cerca de um ano e meio, dados os seus fracos rendimentos, mas tinha uma má relação com dois toxicodependentes que residiam numa parte distinta da casa.
Na noite daquela sexta-feira, Tiago Gonçalves saiu de casa e o agora arguido dirigiu-se a ele. Munido de uma faca idêntica a uma faca de mato de dimensões não concretamente apuradas, desferiu-lhe um golpe na região do abdómen e quatro golpes na região dorsal, provocando-lhe uma série de lesões nos órgãos internos, as quais, necessária e inevitavelmente, acabaram por lhe provocar a morte”, relata a PJ em comunicado.
O servente de pedreiro ainda cambaleou para dentro de casa, mas acabou por desfalecer, junto à companheira, no pátio interior.
O óbito da vítima foi declarado no local, apesar das manobras de reanimação com que os Bombeiros de Cacilhas ainda tentaram salvá-la.
Segundo a PJ informou em comunicado, os factos foram praticados "por razões completamente fúteis e, aparentemente, relacionadas com o consumo e tráfico de produtos estupefacientes". Segundo apurou o JN, uma suposta dívida de droga terá agudizado o conflito entre os homens e precipitado o homicídio.
Na última quinta-feira, exatamente cinco meses depois do crime, a Polícia Judiciária de Setúbal localizou e deteve o suspeito do homicídio qualificado. Indiciado ainda por um crime de detenção de arma proibida, o arguido foi ouvido em tribunal e ficou em prisão preventiva.
O amigo do homicida que morava na mesma casa assistiu ao crime e, no dia seguinte, apresentou-se no posto da GNR, mas foi libertado. Concluiu-se então que não teve qualquer participação no homicídio.