Portugal, Turquia e China eram os principais mercados fornecedores da maior rede de contrafação da União Europeia agora desmantelada em Espanha.
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A Polícia Nacional de Espanha anunciou o desmantelamento da maior rede de distribuição de produtos falsificados na União Europeia (UE).
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A investigação decorria desde dezembro de 2013, em colaboração com a Agência Tributária, e levou à detenção de 71 pessoas, segundo o comunicado da Polícia Nacional divulgado esta sexta-feira.
No total foram apreendidos 264980 produtos cujo valor de mercado seria superior a oito milhões de euros.
Foram realizadas buscas em locais como armazéns e navios e a dificuldade da investigação exigiu a participação de cerca de quatro mil agentes durante três anos.
Na análise à documentação recolhida, as autoridades espanholas suspeitam que o volume do negócio ilícito atinja os 5.200.939 milhões de euros, além de nove milhões de euros de branqueamento de capitais.
A investigação partiu da violação reiterada de direitos de propriedade intelectual em duas localidades: La Junquera, em Girona, e Le Perthus, em França. E desde o início que os investigadores se depararam com muitas dificuldades devido à experiência dos suspeitos - a maioria já tinha antecedentes por delitos contra a propriedade intelectual e industrial.
Esta rede internacional não tinha um líder definido mas três grupos coordenados que partilhavam canais de abastecimento, armazéns e a estrutura de branqueamento de capitais. Os detidos iludiam as autoridades através de "vigilantes" colocados em pontos estratégicos e que davam o alerta assim que se detetava a presença policial, permitindo assim encerrar todos os locais em poucos minutos. Por outro lado, alguns armazéns tinham paredes falsas que ocultavam os produtos falsificados.
Os suspeitos importavam as mercadorias falsas principalmente de Portugal, Turquia e China. Para "lavar" o dinheiro utilizavam sociedades fictícias com "testas de ferro". A organização contava com o apoio de quatro gestoras na ocultação desta atividade ilícita.