Fugiram com a menina em 2011, após o tribunal entregar a guarda ao progenitor. GNR de Barcelos descobriu-as na Figueira da Foz.
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A GNR de Barcelos resgatou uma menor, agora com 17 anos, que tinha sido sequestrada em 2011 pela mãe e pela avó depois de uma decisão judicial que as obrigava a entregar a menor ao pai. Mãe e avó, agora com 58 e 82 anos, estavam há cerca de um ano na Figueira da Foz, depois de, na fuga, terem passado pelo Brasil e, mais recentemente, por Espanha. Em junho passado tinham sido acusadas pelo Ministério Público dos crimes de maus-tratos, sequestro agravado e subtração de menor. Já estão em prisão preventiva.
As duas mulheres foram detidas pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Barcelos à porta da escola da menina, na Figueira da Foz. A menor, que não vê o pai desde 2011, foi entregue ao avô materno. Este, segundo fontes ligadas à investigação, não terá relação próxima com as arguidas. Aliás, estaria separado da avó já há vários anos.
Depois do casal se ter divorciado, em 2004, quando a filha tinha apenas um ano, a guarda foi entregue primeiramente à mãe. Ao pai foi dado o direito de estar com a filha nas férias e ao fim de semana. No entanto, mãe e avó nunca cumpriram a decisão judicial e, para evitar o contacto da rapariga com o pai, fizeram constar que o progenitor a teria molestado sexualmente. No entanto, mais de uma dezena de perícias, feitas por psicólogos das universidades do Minho e do Porto, terão desmontado a tese.
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Campanha contra o pai
Se a luta pela guarda da criança se fazia nos tribunais, em termos psicológicos fazia-se também na rua. As arguidas terão manipulado vizinhos e até o então autarca da freguesia de Carvalhas, Barcelos, onde moravam , terá ficado do lado delas. A população chegou a fazer uma vigília para impedir a entrega da filha ao pai.
Em 2011, tinha a criança oito anos, mãe e avó fugiram com ela, presumivelmente para o Brasil e depois para Espanha. Estariam há cerca de um ano na Figueira, terra do avô materno.
Para evitar serem descobertas, as mulheres, que usaram sempre a identidade verdadeira, mudaram de casa várias vezes. Acabaram agora detidas e vão aguardar julgamento na cadeia.
Embora a decisão do Tribunal de Braga ditasse a entrega da filha ao pai, este não quis forçar e acabou por aceitar que a menor ficasse, para já, com o avô. A menor, que sofrerá de "síndrome de alienação parental", não reconhece a figura paterna.