O comandante da PSP do Porto revelou que já está acordada com o clube uma "operação destacada" para as eleições do F. C. do Porto que se realizam a 27 de abril. Em entrevista ao DN, Pedro Gouveia confirma um aumento "considerável" de consumidores de droga na cidade mas rejeita cenários de disputas entre traficantes.
Corpo do artigo
O responsável máximo pela PSP no Comando Metropolitano do Porto nega qualquer ligação entre a detenção de Fernando Madureira com as próximas eleições para o clube azul e branco. “Foi uma coincidência” porque as filmagens da polémica assembleia-geral permitiram organizar um inquérito e, consequentemente, toda a investigação que culminaria na “Operação Pretoriano” e na detenção do líder e outros elementos da claque azul e branca.
Sobre a segurança das eleições do clube, Pedro Gouveia avança que está em contacto permanente com o presidente da Assembleia e que “já está acordada operação destacada para as eleições no F. C. Porto. Não será um processo policiado, mas estaremos em contacto próximo e com elementos suficientes para que não haja qualquer tipo de problema”, assegurou.
Toxicodependência afeta mais pessoas de 35/40 anos e não jovens
O novo comandante tomou posse em outubro e confirmou um aumento “considerável” de consumidores de droga, um problema que, atinge essencialmente pessoas de 35/40 anos e já não os mais jovens como sucedia no século passado.
“Temos de apostar também numa atitude de rede, com as autarquias, com as instituições públicas, com as instituições de saúde. Temos de recuperar os velhos manuais e voltar a implementar soluções de apoio, porque temos neste momento já um problema de saúde pública e um problema social grave”, apela.
Sem lutas de traficantes e sem aumento de criminalidade de imigrantes
Questionado pelos jornalistas do DN sobre se a morte de um alegado traficante de droga em Ramalde poderá indiciar lutas por território entre traficantes, Pedro Gouveia rejeitou tal associação. "Não temos essa perceção", responde. Do mesmo modo, negou categoricamente quaquer relação entre o aumento da criminalidade e o aumento da imigração. “Não. Absolutamente”.
Sobre os números da criminalidade na sua área, que aumentaram, tal como em todo o país, o comandante metropolitano da PSP do Porto destaca a subida do furto de oportunidade, que associa ao aumento do turismo e de potenciais alvos. “O facto de as pessoas estarem num momento de descontração e de turismo acaba por fazer descurar um bocadinho a sua atenção sobre os seus bens e reflete-se no aumento do furto por oportunidade”, explicou.
Policiamente reforçado nas zonas turísticas e onde subsiste o tráfico de estupefacientes
Sobre uma eventual sensação de insegurança e o pedido de mais policiamento nomeadamente por parte do Presidente da Câmara do Porto, o comandante lembra que “os meios são finitos e há que os gerir de modo a poder responder aos problemas mais graves”. “A nossa gestão de meios permite-nos ter polícias onde quisermos, mas onde quero efetivamente ter um reforço acrescido é nas zonas turísticas do Porto e, claramente, onde há e subsiste o tráfico de estupefacientes”.
Pedro Gouveia considera “simpático” o reforço de mais 112 novos polícias, porém, salienta que o Comando continua abaixo da média nacional de efetivos e lembra que as novas competências no aeroporto e no centro de instalação para estrangeiros consumiram bastantes efetivos. Limitações que vão sendo superadas por um pessoal que “vai além da sua capacidade e está sempre empenhado” e o comandante exemplifica com uma média de uma ou duas operações semanais nos bairros mais conotados com o tráfico de drogas. “É um esforço brutal e com resultados fabulosos”.