Há pelo menos quatro indivíduos que a Polícia Judiciária e o Ministério Público têm identificados como tendo participado no furto do material de guerra de um paiol de Tancos, em junho do ano passado.
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A encenação em torno da operação de recuperação das armas e a suspeita de que Azeredo Lopes teria conhecimento do encobrimento já levaram à sua demissão do Ministério da Defesa.
Os nomes dos quatro homens estão mencionados no processo da recuperação das armas que levaram à detenção do ex-líder da Polícia Judiciária Militar (PJM), outros quatro elementos desta polícia, três investigadores da GNR de Loulé e um civil, ex-fuzileiro. João Paulino, o homem que levaria a GNR de Loulé e os investigadores da PJM do Porto ao esconderijo da Chamusca, onde foi encontrado o arsenal, é, para já, o único suspeito de estar envolvido no assalto a Tancos em prisão preventiva.
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O empresário da restauração da zona de Ansiães, já andava, há vários meses, a ser monitorizado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ. Só foi detido por ter estado envolvido no inquérito da recuperação do armamento.
"Fechaduras" a monte
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o ex-fuzileiro terá ligações com um outro homem também já identificado, especialista em abrir fechaduras. Essa habilidade já lhe valeu uma alcunha: "o fechaduras". Terá sido este homem, natural da zona do Porto, a abrir o armazém de Tancos. Trabalhava num bar na zona do Algarve, onde era conhecido da GNR de Loulé. Ao que apurámos, está em parte incerta há cerca de um ano. As autoridades perderam-lhe o rasto mês e meio após a recuperação das armas.
Além destes dois indivíduos, as autoridades têm indícios contra dois outros homens. São indivíduos ligados ao tráfico de armas e que, de acordo com diversas fontes, vivem à margem da sociedade. A investigação acredita que haverá mais envolvidos, mas as suas identidades são desconhecidas. As autoridades admitem como forte a probabilidade de envolvimento de militares ou antigos militares que deram ao grupo alguns pormenores para preparar a logística do furto.
O arsenal, furtado em junho do ano passado, foi recuperado na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros das instalações militares de Tancos. Nessa altura, foram dois elementos da PJM e três investigadores da GNR que "encontraram "as caixas de armamento, junto de uma linha de água, após terem sido informados da localização, através de Paulino.