Um recluso, de 25 anos, agrediu um guarda prisional do estabelecimento prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, após ter insultado, na última sexta-feira, uma funcionária da empresa que fornece refeições à cadeia. O guarda recebeu assistência hospitalar e poderá ter de ser sujeito a uma cirurgia. É a segunda vez, em poucos meses, que o mesmo preso agride elementos da Guarda Prisional e o sindicato desta classe profissional alerta que tal se deve à falta de guardas e consequente menor segurança nas cadeias portuguesas.
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Condenado por agressões, injúrias e ameaças, o recluso entrou na cadeia em setembro do ano passado. Pouco tempo depois, agrediu, pela primeira vez, um guarda e, como castigo, foi transferido para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa.
Ao fim de três meses, a sua situação foi, como impõem as regras, reavaliada e a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais decidiu que devia regressar a Santa Cruz do Bispo. Colocado a trabalhar no refeitório e foi nesse local que, no final da semana passada, se viu envolvido em novo episódio violento. O dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, explica que o preso insultou, pelas 12 horas, a funcionária da empresa que fornece as refeições àquele estabelecimento prisional. Uma situação que aconteceu no refeitório e só terminou com a intervenção de um chefe dos guardas.
Pode ter de ser operado
O condenado foi, então, levado para os serviços clínicos, mas ainda antes de chegar à enfermaria agrediu o guarda. "Atacou-o na cara, com arranhões", explica Frederico Morais, acrescentando que, a seguir, recluso e chefe envolveram-se em confronto físico e só quando outros guardas vieram ajudar é que o preso foi dominado.
O chefe sofreu lesões que o forçaram a ir ao hospital e a ficar de baixa médica por tempo indeterminado. "Tem um problema no ombro e não sabe se terá de ser submetido a uma intervenção cirúrgica", refere Frederico Morais.
O dirigente do SNCGP defende que este tipo de agressões está a tornar-se frequente e é provocado pela falta de guardas e, consequente, menor segurança dos estabelecimentos prisionais. "O SNCGP tem efetuado vários alertas para esta questão", recorda.