Ricardo Salgado ausente do início do seu julgamento por desviar 10,7 milhões euros
Ricardo Salgado vai começar esta segunda-feira a ser julgado por três crimes de abuso de confiança, por causa de transferências de mais de 10 milhões de euros. Mas não vai estar presente em tribunal.
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O ex-presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, não vai estar, esta segunda-feira, presente no início do seu julgamento, por ter, alegadamente, desviado 10,7 milhões de euros do Grupo Espírito Santo (GES), em 2011.
O antigo banqueiro tem 76 anos e, por isso, está, ao abrigo da lei em vigor, dispensado de estar presente na audiência de julgamento, devido à pandemia de covid-19, justificou, à chegada ao Campus de Justiça de Lisboa, o advogado de Salgado, Francisco Proença de Carvalho. "Se o tribunal entender que não tem esse direito, o que pode acontecer, virá", acrescentou.
O ex-presidente do BES responde por três crimes de abuso de confiança, punível, cada um, com entre um a oito anos de prisão. O processo foi separado há dois meses da Operação Marquês, cujo protagonista é o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Salgado estava acusado, nesse âmbito, de 21 crimes económico-financeiros, mas acabou, a 9 de abril de 2021, por ser ilibado de 18 ilícitos, pelo juiz Ivo Rosa, do Tribunal Central de Instrução Criminal. O magistrado decidiu na ocasião, ao proferir a decisão instrutória do processo, que o antigo banqueiro deveria, tal como outros dois arguidos, ser julgado sozinho.
O início do julgamento, agendado para as 9.30 horas desta segunda-feira, corre, no entanto, o risco de ser adiado logo após começar, uma vez que, até à última sexta-feira, a defesa de Salgado não tinha ainda entregado a contestação à acusação.