No período de um ano, a conta bancária da Questão Flexível, Lda. que recebeu as transferências da Benfica SAD e da Benfica Estádio, registou outras 716 entradas de dinheiro, num total de mais de 469 mil euros, através de um terminal de pagamento automático.
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Quase todos estes pagamentos (a exceção foi uma transação de 15 euros) foram realizados com cartões emitidos por bancos angolanos. O Ministério Público (MP) suspeita que serviram para cometer fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Por este motivo, o procurador Hélder Branco dos Santos ordenou a extração de certidão para que estas suspeitas sejam investigadas num inquérito autónomo da acusação ontem conhecida. Nesse âmbito, já foi pedido às autoridades angolanas, através de carta rogatória, que identificassem os titulares dos cartões bancários usados para pagar 469 mil euros em serviços, que o MP acredita não terem "conexão com a atividade da Questão Flexível, Lda.". Tanto mais que, logo após estes pagamentos, seguiam-se "levantamentos em numerário" difíceis de compreender.
Entre agosto de 2016 e julho de 2017, os 13 cartões emitidos por bancos de Angola foram utilizados "mais do que uma vez por dia, com a diferença de poucos minutos".