A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) negou, esta segunda-feira, que dois presos da cadeia do Linhó, em Sintra, tenham sido agredidos por elementos do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), quando se manifestavam contra a falta de água e eletricidade no estabelecimento prisional.
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Segundo a DGRSP, apesar de informados de que a “avaria na rede elétrica” não era da responsabilidade dos serviços prisionais, “cerca de uma centena de reclusos ameaçaram não retornar às celas após o recreio da manhã”. Por isso, diz a mesma fonte em resposta ao JN, “por precaução”, foi acionado o GISP, que não teve, no entanto, necessidade de intervir. “Da presença dissuasória do GISP, não corresponde à verdade dos factos que o mesmo tenha feito uso da força da qual possa ter resultado qualquer recluso ferido”.
O relato das alegadas agressões a dois reclusos, “um dos quais reconhecidamente doente”, havia sido feito em comunicado esta segunda-feira pela Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), que adiantava ainda ter pedido a intervenção do procurador-geral da República, Amadeu Guerra, para que averiguasse a “denúncia” e, caso se confirmasse a sua veracidade, pudesse “agir criminalmente contra quem tenha ultrapassado a legalidade”.
Segundo a APAR, neste domingo, aos reclusos "não lhes foi servido o pequeno-almoço e o almoço só foi distribuído depois das 15 horas e, nalgumas alas, só depois das 17 horas." No entanto, ao JN, o Ministério da Justiça nega que assim tenha sido. "O pequeno-almoço foi distribuído aos reclusos dentro do horário normal. O almoço foi servido com ligeiro atraso, entre as 13.30 horas e as 14.30 horas, em consequência de ter havido um grupo de cerca de uma centena de reclusos que se recusou a retornar às celas dentro do horário definido, só o tendo feito cerca das 13 horas", acrescentou.
Em dezembro, recorde-se, os cerca de 500 reclusos desta cadeia estiveram sem água durante vários dias, devido a falhas na canalização.