Sinapol critica inexistência de procedimentos consursais para a promoção de agentes, chefes e oficiais e fala em congelamento de carreiras "encapotado"
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Tal como prometido, o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) promoveu, nesta quarta-feira, uma ação de protesto em frente às instalações da Direção Nacional da PSP. No centro das reivindicações está a inexistência, ao longo deste ano, de procedimentos concursais para a promoção de agentes, chefes e oficiais da PSP. "Todos os anos há promoções, mas como este ano não foi iniciado qualquer procedimento, provavelmente não haverá nenhuma em 2021. Está-se, de forma camuflada, a implementar o congelamento das carreiras dos polícias", referiu, ao JN, Armando Ferreira, presidente do Sinapol.
O dirigente associativo revela que ainda manteve negociações com o Ministério da Administração Interna, cujos responsáveis garantiram que o processo das promoções "está em curso". "No entanto, com tantas promessas que já ouvimos só acreditamos em factos concretos e objetivos e, sem despachos, mantivemos a ação de protesto para exigir que as promoções sejam efetivadas", explicou Armando Ferreira.
Mais manifestações
O Sinapol tem nova iniciativa marcada para quarta-feira da próxima semana. Desta vez, em frente ao edifício do Ministério da Administração Interna. O JN apurou que há a possibilidade de o Movimento Zero, grupo inorgânico formado por elementos da PSP e da GNR, participar na manifestação. Recorde-se que, no início desta semana, o Movimento Zero apelou à união dos polícias e prometeu voltar às ruas se as suas exigências, que passam pela melhoria das condições salariais e a atribuição do subsídio de risco, não forem satisfeitas no curto prazo.
O mesmo pede o Sinapol em cartazes de grande dimensão que distribuiu pelas cidades de Porto e Lisboa. No outdoor colocado na rotunda da AEP, no Porto, o sindicato fala em "Vidas sem valor", destacando o facto de os polícias, apesar do risco de vida que correm, terem um salário base, no início de carreira, de 791 euros.