Fernando Valente está a ser ouvido por um juiz de instrução criminal, em Aveiro.
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Fernando Valente, o alegado namorado de Mónica Silva, a grávida que está desaparecida, há um mês e meio, na Murtosa, era esperado, ao início da tarde desta sexta-feira, no Juízo de Instrução Criminal de Aveiro, situado nas traseiras do Museu Santa Joana, onde iria ser ouvido por um juiz. No entanto, pouco depois das 16 horas, o local da audiência foi alterado, supostamente por "questões de segurança", para o Tribunal de Aveiro, na Praça Marquês de Pombal. Entretanto, o homem começou a ser ouvido.
Fernando, de 39 anos, é suspeito de ter assassinado a mulher com quem havia mantido um relacionamento amoroso e cujo corpo ainda não foi encontrado. Terão sido descobertos vestígios de sangue num dos seus carros.
Depois de duas noites passadas nas instalações da Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, Fernando Valente vai ser levado para ser ouvido por um juiz de instrução criminal, de forma a que lhe sejam aplicadas medidas de coação – a mais gravosa das quais a prisão preventiva –, que terá de cumprir enquanto aguarda que a investigação se desenrole.
Segundo o JN apurou, a PJ, principalmente o seu Laboratório de Polícia Científica, tem estado a trabalhar em contrarrelógio para confirmar se as provas encontradas nas buscas feitas à casa de Fernando Valente – nomeadamente os vestígios de sangue – estão, efetivamente, relacionadas com as suspeitas de homicídio de que o homem é alvo.
Era essencial que as correspondências fossem estabelecidas até hoje, dia em que o suspeito vai ser ouvido por um juiz. Caso contrário, Fernando poderá ser libertado, apenas sujeito a Termo de Identidade e Residência. No interrogatório, o homem tanto pode optar por prestar declarações ao juiz ou por se manter em silêncio. As medidas de coação só deverão ser conhecidas ao final do dia.
Mónica Silva, de 33 anos, apontava Fernando como o pai do bebé do qual estava grávida de sete meses. Na origem do crime poderá estar o facto de o homem, que já tem uma filha de um anterior relacionamento, não querer assumir a criança.
O que se sabe é que foi na posse das ecografias que Mónica saiu de casa, na noite de 3 de outubro, dizendo aos filhos – de 11 e de 14 anos – que ia ao café. A partir daí, apesar de, horas depois, ter telefonado a avisar que iria regressar a casa, nunca mais voltou a ser vista. “O filho mais velho sabia que ela tinha ido ter com o Valente e diz que foi ele que a matou. Nós só queremos saber onde está o corpo da minha sobrinha”, apela Filomena Silva, tia da mulher grávida.