Saíram em liberdade, com termo de identidade e residência, os sete homens detidos junto à praia do Amado, em Aljezur, no Algarve, numa operação de combate ao narcotráfico. Nesta ação, da Unidade de Controlo Costeiro e Fronteiras (UCCF) da GNR, foram apreendidas quatro armas de guerra, uma delas, furtada ao Exército espanhol, e mais de uma centena de munições.
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A decisão foi proferida, esta sexta-feira, pelo Tribunal de Portimão, depois de os arguidos terem sido presentes a primeiro interrogatório judicial no dia anterior. O juiz de instrução considerou não haver indícios suficientes para manter as detenções e determinou que fossem todos libertados. Além disso, o Ministério Público não propôs a aplicação de quaisquer medidas de coação acessórias e ignorou o facto de os três estrangeiros terem sido encontrados em situação irregular em Portugal.
O JN apurou que os homens não prestaram declarações ao tribunal sobre a matéria em causa. Apenas declararam nada ter a ver com as armas nem com as três viaturas, furtadas em Espanha, e que foram apreendidas nesta operação. Nos veículos a GNR encontrou um arsenal de guerra - quatro espingardas automáticas de elevado poder ofensivo, como fuzis e Kalashnikov (AK-47, M4, CETME-L e uma adaptada dos modelos AR-15/M4) de calibre 5,56 mm NATO, utilizado pelas forças militares e policiais. A CETME-L foi furtada ao Exército espanhol.
Os homens foram detidos na madrugada de quarta-feira. A UCCF, através do Destacamento de Controlo Costeiro de Sines, detetou uma lancha de alta velocidade a deslocar-se para a linha de costa. Munidos de uma câmara de visão noturna, os militares também testemunharam movimentos de viaturas e pessoas, em terra, no mesmo local para onde a lancha se dirigiu.
A GNR avançou para a abordagem. "Foi um alvoroço. "Os indivíduos aperceberam-se da nossa chegada e encetaram a fuga apeada para uma zona rochosa, o que dificultou um pouco a nossa ação. Também houve uma tentativa de fuga numa viatura, mas foi travada", disse, ao JN, o comandante do Destacamento Costeiro de Sines, Miguel Mateus.
Os militares conseguiram deter os sete homens que agora foram libertados. Três deles estavam sem documentos, mas foram identificados mais tarde como sendo de nacionalidade marroquina, em situação irregular em território nacional. A lancha rápida, que já estava encostada a uma rampa de um porto de pesca, também encetou a fuga e não foi intercetada nem foi apreendido estupefaciente.