Usavam cartões oferecidos em festivais de música e museus para burlas "Olá Pai/Olá Mãe"

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a PJ revelou que a investigação, da responsabilidade do Departamento de Investigação Criminal de Leiria, se iniciou em agosto de 2023, "percebendo-se, das diligências realizadas, que os números SIM utilizados não se repetiam" e eram utilizados, preferencialmente, números afetos a uma única operadora nacional.

Na operação, denominada “Cartões sem Rasto”, foram apreendidos 1.300 cartões SIM (oferta), tendo-se constituído arguidas cinco pessoas individuais e três pessoas coletivas.

Em maio deste ano foi identificado e localizado o “ponto de difusão das mensagens”, sendo que as buscas e apreensões realizadas na altura "fundamentaram a detenção de um suspeito, a quem foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva".

O detido atuava com sete modem´s, VOIP GATEWAY, cada um com 32 portas, operando em simultâneo 224 cartões SIM. Entre maio e novembro de 2023, foram operados nestes modem´s cerca de 43 mil cartões.

À data, recorda a PJ, "foram apreendidos cerca de 8.500 cartões SIM, 1.500 já utilizados, o que revela a grandeza do esquema criminoso e as potencialidades de propagação de mensagens, que vitimaram largas centenas de cidadãos em todo o país".

A investigação identificou todos os que colaboraram no processo de facilitação das cerca de 50 dezenas de milhares de cartões SIM, ofertados por uma operadora em festivais de música e em museus, que permitia a sua utilização gratuita por 15 dias e, dessa forma, abrir contas WhatsApp e expedir mensagens de forma massiva.

A rede, constituída por vários cidadãos estrangeiros, angariava esses cartões oferta em diferentes áreas da Grande Lisboa, vendendo-os depois, para utilização pela estrutura criminosa, agora desmantelada.

A presente investigação, à qual foram apensados 35 outros inquéritos, encontra-se em fase final, perspetivando-se para breve a remessa ao DIAP de Leiria para despacho final.