Noite após triplo homicídio ficou marcada por carros incendiados como vingança. Suspeito continua a monte e PSP permanece nas ruas.
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Quem, até ao início da tarde de quarta-feira, entrasse no Bairro do Vale, na Penha de França, em Lisboa, e ali fosse presença habitual não ficaria surpreendido de, mais uma vez, ver o barbeiro Carlos Pina sem mãos a medir para os clientes que “vinham de todo o lado” para cortar o cabelo, num ambiente de festa. Mas tudo mudou depois de, pelas 13.25 horas de anteontem, aquele filho do bairro e um casal de fora de Lisboa, Fernanda Júlia e Bruno Neto, terem sido baleados mortalmente junto ao estabelecimento, transformado do dia para noite num memorial de velas e flores em homenagem às três vítimas.
Construído há 24 anos para albergar dezenas de famílias de bairros de lata que então existiam em Lisboa, o Bairro do Vale alonga-se por uma única rua ladeada de prédios. Nos passeios e à janela, viam-se, ontem à tarde, sobretudo jovens adultos e idosos, unidos num misto de respeito pelos falecidos e temor pelo que se seguirá nos próximos dias.