A mãe de Jéssica Biscaia, a menina de três anos morta à pancada em junho, em Setúbal, ficou em prisão preventiva depois de ter sido detida na quinta-feira.
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Inês Paulo, mãe da menina de três anos assassinada em Setúbal por uma dívida de tráfico de droga, ficou em prisão preventiva. A medida de coação foi conhecida esta tarde de sexta-feira, no Tribunal de Setúbal. Inês está indiciada do crime de homicídio qualificado por omissão e o juiz decidiu privá-la da liberdade por entender que existe o perigo de fugir, de perturbação da ordem pública e continuação da atividade criminosa.
A mulher, de 37 anos, é suspeita de permitir que a filha fosse espancada na casa onde estava sob sequestro, nunca denunciando as agressões nem levando a criança ao hospital quando a foi buscar, deixando que agonizasse até à morte em casa. O Ministério Público (MP) de Setúbal mandou deter a mulher por considerar que teve uma intervenção direta no morte da criança ao não providenciar o seu socorro.
Cristina "Tita", o marido Justo e a filha Esmeralda, já detidos por espancar Jéssica até à morte entre 14 e 20 de junho, utilizariam a menina como transporte de droga. O filho de Cristina, que morava no andar de cima da casa no Beco do Pinhana, onde foi cometido o homicídio, foi agora detido por tráfico de droga e ofensas à integridade física qualificada. Viu o tribunal libertá-lo com a obrigatoriedade de se apresentar semanalmente à esquadra.
Vestígios de cocaína na fralda
Jéssica, três anos, morreu em junho, na sequência de agressões que sofreu ao longo de uma semana em que esteve entregue a uma família vizinha, no Beco do Pinhana, em Setúbal. Durante esse período, foi espancada e torturada, sofrendo ferimentos que se revelaram fatais.
O caso ganha contornos cada vez mais tenebrosos, tendo em conta que há novos indícios que apontam para a utilização de Jéssica para o tráfico de droga. Os exames periciais que chegaram agora ao Ministério Público deram conta que a fralda da menina tinha vestígios de cocaína. Em causa estão as perícias do Instituto Nacional de Medicina Legal, bem como do Laboratório da Polícia Científica da Polícia Judiciária, que serviram para a emissão de mandatos de detenção.