A Polícia Judiciária está, esta segunda-feira, a realizar buscas por todo o país. Em causa estão crimes de tráfico de diamantes a coberto de missões militares portuguesas em África. Há dez detenções.
Os militares terão aproveitado missões militares na República Centro Africana, ao abrigo da ONU, para traficar diamantes, algum ouro e droga. A investigação, a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, também suspeita da existência de tráfico de armas.
Num comunicado enviado às redações, a PJ confirmou a execução de 100 mandados de busca e 10 detenções no âmbito da "Operação Miríade". Entre as 100 buscas, 95 foram domiciliárias e cinco foram não domiciliárias.
"As investigações prosseguem", tendo contado hoje com "a participação de cerca de 320 inspetores e peritos", acrescenta a PJ.
A ação das autoridades desenvolveu-se nas regiões de Lisboa, Funchal, Bragança, Porto de Mós, Entroncamento, Setúbal, Beja e Faro.
Ao que o JN apurou, entre os suspeitos há ex-militares que entretanto concorreram para as escolas da PSP e da GNR pelo que também foram visados locais de formação em Torres Novas, Queluz e Portalegre. Nestes casos, foram efetuadas buscas sumárias aos cacifos dos formandos.
A GNR confirmou, também em comunicado, que "foi detido pela Polícia Judiciária um guarda-provisório em formação, desde junho de 2021, no 44.º Curso de Formação de Guardas em Portalegre, o qual ingressou na formação proveniente das Forças Armadas".
A GNR salienta que "mostra total disponibilidade para colaborar com a Polícia Judiciária na investigação em curso".
Os suspeitos aproveitariam o facto dos aviões militares não estarem sujeitos a vigilância para trazer as pedras e metais preciosos para a Europa. Depois, vendiam-nas a preços milionários.