O Ministério Público vai acusar três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pela morte do ucraniano Ihor Homeniuk, a 12 de março, no aeroporto de Lisboa.
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A investigação da Polícia Judiciária concluiu que foram as agressões dos três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que causaram a morte do homem, de 40 anos, noticia, este sábado, o "Diário de Notícias".
A acusação do Ministério Público, que tem de ser feita até dia 30 de setembro, quando se completam seis meses desde que os polícias foram detidos, conduzida pela PJ, concluiu que Ihor agonizou quase 10 horas, com vários hematomas, fraturas nas costelas e no tórax que o impediam de respirar, tal como noticiou o "Jornal de Notícias" na edição de 31 de março.
O cidadão ucraniano, de 40 anos, terá sido torturado durante uma hora por três elementos do SEF. "A vítima terá sido espancada até à morte", escreveu o JN em março, por ter tido atitude provocatória para com o trio de inspetores, de 42, 43 e 47 anos.
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Os polícias, identificados pelo jornal "Público", que este sábado também revela pormenores da acusação, como sendo Bruno Sousa, Duarte Laja e Luís Silva foram demitidos de funções e colocados em prisão domiciliária, quando se apurou que eram suspeitos de terem provocado a morte de Ihor Homeniuk.
O homem, pai de dois filhos, deu entrada em Portugal a 10 de março. Como não tinha visto de trabalho ou de turismo, nem conseguiu demonstrar onde ia ficar instalado e quando pretendia voltar à Ucrânia, recebeu ordem de expulsão do país.
Ihor Homeniuk ter-se-á recusado a entrar no avião e ficou detido no Centro de Instalação Temporária (CIT) do aeroporto de Lisboa. Terá fingido um ataque de epilepsia, que levou a uma visita ao hospital, e dois dias depois, a 12 de março, ainda estava na aerogare, após mais uma recusa em embarcar de volta à Ucrânia, quando os inspetores do SEF foram chamados.
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