A diretora da Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN, sigla em inglês), Angie Holan, defendeu hoje que a Europa enfrenta um ambiente de desinformação particularmente complexo, sobretudo desde da invasão da Ucrânia pela Rússia.
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"A Europa enfrenta um ambiente de desinformação particularmente complexo, especialmente desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. Verificam-se campanhas de desinformação a cruzarem rapidamente fronteiras, com falsas narrativas aparecendo simultaneamente em vários países europeus, bem como em países da América Latina, África e Ásia", afirmou Angie Holan à agência Lusa.
No mês passado, Portugal foi um dos alvos desta desinformação transfronteiriça russa, quando circularam narrativas sobre o envio de aviões da Rússia para ajudar no combate aos incêndios florestais.
Neste sentido, para a líder da IFCN, a Rússia tem estado "particularmente empenhada em explorar as divisões existentes e criar mensagens alternativas, especialmente em regiões onde a cobertura mediática ocidental pode ser limitada".
Os verificadores de factos europeus tiveram de coordenar rapidamente as respostas, "razão pela qual as redes de verificação de factos se tornaram tão cruciais para partilhar informações verificadas e desmentir alegações falsas em tempo real", explicou Angie Holan.
Como forma de combater a desinformação, a responsável defende uma abordagem multifacetada, que abranja o fortalecimento de redes independentes, a educação para a literacia mediática, normas transparentes, o aumento da infraestrutura legítima, bem como uma resposta colaborativa entre organizações.
A IFCN foi lançada em 2015 e atualmente reúne 170 organizações de verificação de factos, com o objetivo de garantir a integridade da informação na luta global contra a desinformação.