A comissão de trabalhadores da RTP considera que o plano de rescisões amigáveis, avançado na segunda-feira pelo presidente da estação pública de televisão, "pode ser razoável", salvaguardando que "tudo depende de como isso é feito".
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O presidente da RTP, Guilherme Costa, confirmou na segunda-feira que a empresa vai avançar até meados de Novembro com um novo plano de rescisões voluntárias e que tem provisões suficientes para rescindir com 300 trabalhadores, avançando que se trata de um montante superior a "30 milhões de euros".
Ângela Castelo Branco, da comissão de trabalhadores, disse à Lusa que, "à partida, o plano de rescisões amigáveis pode ser razoável mas depende de como tudo é feito".
A responsável considera que, "se se for pela mesma via de 2009 e 2010, é uma boa saída para a empresa" porque "ficam garantidas as condições para os trabalhadores que se vão embora e a empresa diminui o quadro de pessoal". No entanto, Ângela Castelo Branco "não sabe se é essa a grande importância deste plano".
Sobre a quantia avançada por Guilherme Costa (30 milhões de euros em provisões para a rescisão de 300 trabalhadores), Ângela Castelo Branco considera que "não se trata de a quantia ser suficiente ou não, trata-se de saber se há esse número de trabalhadores" disponíveis para uma rescisão amigável.
"Ficamos preocupados com o número avançado porque temos desconhecimento de como se chega a esse número de 300 pessoas e o conselho de administração vai ter de explicar à comissão de trabalhadores. Dentro de vários sectores, temos falta de pessoas e temos muito interesse em tentar perceber em que é isso vai prejudicar a empresa no seu funcionamento diário", disse ainda Ângela Castelo Branco.
A responsável adiantou que a comissão de trabalhadores está também preocupada com outros aspectos do plano de sustentabilidade económica e financeira, anunciado na segunda-feira pelo presidente da RTP.
Entre esses aspectos, Ângela Correia nomeou o contrato de concessão do serviço público, que "de certa maneira está a ser violado", a "possibilidade de redução das emissões da RTP Madeira e RTP Açores, que está por explicar", bem como "a alienação de um destes canais e a forte aposta na informação, que põe em causa as obrigações de serviço público".
A comissão de trabalhadores da RTP deverá receber o plano de sustentabilidade económica e financeira "por escrito" na quarta-feira, altura em que "vai estudar com muita atenção" todo o projecto.