Se fizermos de conta que a campanha eleitoral começou este domingo, como dita o calendário oficial, Paulo Portas e o CDS-PP começaram com uma acção de força: comício em Ponte de Lima, concelho que lhes é favorável, insistindo na ideia de que são o "factor novo" nestas legislativas.
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Parecia que o Largo de Camões não iria ficar assim tão composto, mas bastou Paulo Portas chegar para que as muitas centenas de pessoas saíssem das sombras em que fugiam à brasa de uma tarde para lá de soalheira. Além de um protesto colateral de donos de carrosséis, que acabou por não perturbar o comício, só houve a registar, praticamente, o triunfalismo ensaiado e uma nova promessa que não é bem uma promessa.
Que não é bem, explique-se, pois só poderá concretizar-se quando Portugal estiver em situação de crescimento económico, o que, na perspectiva optimista de Paulo Portas, será a segunda metade da legislatura (se ele estiver no Governo, bem entendido): "As horas extraordinárias no sector privado não podem ter uma tributação tão pesada".
Um alívio da carga fiscal, portanto, sem concretização garantida. "Uma ideia", como disse o líder do CDS, que a explanava pela primeira vez. De resto, há a dizer que Paulo Portas continua a disparar charme para todos os lados. Ou seja, assumidamente e justificando-se com as provas dadas de seriedade e qualidade, faz apelos directos a eleitores que habitualmente votam no PSD, no PS ou, até, "mais à esquerda".