<p>O caso das pretensas escutas no Palácio de Belém chegou ontem, quarta-feira, à Imprensa espanhola com o diário El Pais, próximo dos socialistas, a noticiar que este "escândalo debilita as opções da conservadora portuguesa".</p>
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Ao dar a notícia do afastamento de Fernando Lima da assessoria de Cavaco Silva, o jornal escreve que "a oposição conservadora está atordoada" e que os socialistas contêm a euforia". E prevê que este caso se tornou uma "tábua de salvação" para José Sócrates.
Por cá, a líder do PSD voltou a insistir que em nada o caso, "um fait divers", afecta o seu rumo. E respondeu com "uma sala cheia de apoiantes", em Braga, à "sentença de morte" da campanha do PSD que Louçã proferira, ainda na tarde de segunda-feira.
A resposta socialista foi dura com Silva Pereira, ontem à noite, a acusar Ferreira Leite de ter trazido de se ter referido à existência de escutas relacionadas com o Público. "Foi ela quem trouxe para o ambiente da sua campanha, especificamente, essa suspeição, essa acusação", afirmou.
O dirigente do BE, voltou a referir-se à atitude do presidente para insistir que Cavaco deve esclarecer "o mais depressa possível" o caso, porque, argumentou, "não deve haver ambiguidades na vida democrática". Na mesma linha, Jerónimo sublinhou que "um esclarecimento atempado só ajudaria a clarificar".
Na família social-democrata, mantêm as divergências sobre os efeitos do silêncio do chefe de Estado. Na TSF, Miguel Veiga, fundador do PSD, admitiu que o afastamento de Fernando Lima veio "contaminar" a campanha, introduzindo um elemento de "crispação". Por isso, disse, "seria mais oportuno que Cavaco Silva viesse pôr um xeque-mate na questão".
Ainda segundo o histórico social-democrata, que foi apoiante de Pedro Passos Coelho, a demissão de Lima "sem explicações alarma, incendeia a imaginação do eleitorado e a especulação dos partidos e adensa o estado de inquietação dos eleitores".
De Belém, continua a ouvir-se nada mais que o silêncio sobre o assunto. APC