O avião que transportou a selecção portuguesa de futebol desde a África do Sul aterrou às 05.56 horas de hoje, quinta-feira, no aeroporto de Lisboa. À chegada, Queiroz reiterou a ideia de que não se vai demitir e que a equipa "dignificou o futebol português" no Mundial 2010.
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Cerca de três dezenas de adeptos deslocaram-se ao aeroporto da Portela para aguardar a selecção nacional. À saída da sala VIP do aeroporto, o seleccionador nacional ouviu críticas de alguns adeptos e foi aplaudido por outros.
Carlos Queiroz insistiu que Portugal "dignificou e prestigiou" o futebol português no Mundial 2010, rejeitando de novo o cenário de demissão do cargo.
"Está absolutamente fora de causa (a demissão). Se o seleccionador nacional tem de demitir-se porque perdemos 1-0 com a Espanha nos oitavos-de-final do Mundial, então alguma coisa estará muito mal no trabalho que estamos a fazer", afirmou o técnico, minutos depois da comitiva portuguesa ter aterrado no Aeroporto de Lisboa.
Carlos Queiroz lembrou que selecções como a Dinamarca, que ganhou o grupo europeu de apuramento onde figurava também Portugal "e tinha sido bastante elogiada", ou a Itália, que defendia o título, "foram para casa mais cedo", enquanto Portugal seguiu para a segunda fase do torneio.
"A Espanha é uma das grandes candidatas. Não conseguimos ganhar. Fica para a próxima", prometeu o treinador, para quem o futuro está assegurado com uma nova fornada de jogadores, alguns deles impedidos, por lesão, de representar Portugal na África do Sul, como Bosingwa, Varela ou Nani.
O seleccionador luso foi claro: "Temos a continuidade assegurada. Agora é descansar e fazer melhor na próxima etapa (qualificação para o Europeu2012)", prometeu, acrescentando querer também "tentar conquistar dois ou três adeptos que não estão contentes".
Quanto às considerações do novo treinador do Real Madrid, José Mourinho, que afirmou à Agência Lusa que nunca deixará ninguém colocar sobre Cristiano Ronaldo - o seu novo pupilo nos madrilenos - as responsabilidades de uma equipa, Carlos Queiroz desdramatizou.
"No último jogo, tivemos sempre uma equipa dentro do campo e a Espanha teve de puxar dos galões e dos melhores argumentos que tem, como David Villa (autor do golo). A Argentina tem Messi, nós temos o Ronaldo ou o Simão, o Inter tem o Eto'o, o Real Madrid o Higuain... todos grandes jogadores que aparecem nos momentos certos", salientou o técnico de Portugal.
Ainda sobre o desabafo de Cristiano Ronaldo no final do encontro com a Espanha (disse aos jornalistas para falarem com Carlos Queiroz quando desafiado a explicar aos portugueses a derrota com os espanhóis), o seleccionador voltou a falar de "comentários resultado de uma grande frustração".
"Eu conto sempre com todos os jogadores que queiram vestir a camisola nacional. Não há casos. Foram apenas alguns comentários resultado da frustração de se querer ganhar. Fomos e somos uma equipa unida, que quis chegar o mais longe possível no Mundial", esclareceu.