A selecção portuguesa deixou ontem Joanesburgo de forma discreta, regressando a casa no dia seguinte à eliminação do Mundial. A grande euforia com que foi recebida na África do Sul, a 5 de Junho, não passou de uma memória muito distante...
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Vinte e cinco dias depois de ter chegado, a selecção nacional colocou ontem um ponto final na estadia em África, partindo de Joanesburgo às 20 horas portuguesas, para cumprir um voo de regresso a Lisboa com a duração de pouco mais de 10 horas e com chegada ao aeroporto da Portela marcada para as seis da manhã de hoje.
A derrota de anteontem com a Espanha, nos oitavos-de-final do Mundial, acabou com a alegria dos adeptos portugueses e, ontem, foram apenas algumas dezenas os emigrantes que se despediram dos jogadores, à saída do hotel, em Magaliesburgo. Sem nenhum sinal da euforia que a invadiu, no dia da chegada da selecção, a pequena cidade sul-africana vai deixar de fazer parte do quotidiano luso...
No aeroporto de Joanesburgo, também eram poucos os adeptos presentes, que, mesmo assim, e de bandeiras em punho, tributaram os últimos aplausos à equipa. Ao longe, os jogadores responderam com acenos e encaminharam-se, discretamente, para a zona de embarque, onde tiveram de aguardar mais tempo do que o esperado pela partida, atrasada em quase uma hora relativamente ao horário previsto (19 horas). O avião A340 da TAP recebeu a comitiva ao som de "A gaivota", um fado de Amália Rodrigues recriado no ano passado, com grande sucesso, pela banda "The Gift". Tendo em conta o resultado de anteontem, um fado, mesmo em versão moderna, nunca pareceu tão apropriado ao momento...
O ambiente entre os jogadores e equipa técnica não podia, naturalmente, ser de alegria, mas mesmo assim viram-se alguns sorrisos de descontracção na cara de alguns atletas, como Miguel Veloso, e também na de Carlos Queiroz, que aproveitou os momentos que antecederam a descolagem para pôr a conversa em dia com diversos elementos da comunicação social.
Deco directo para o Brasil
Entre a comitiva portuguesa não estava Deco, que partiu num voo diferente, directamente para o Brasil, onde o espera um período de férias e, muito provavelmente, a assinatura de um contrato com o Fluminense. O médio luso-brasileiro não poderá, assim, confirmar o adeus à selecção no regresso a Lisboa, depois de um Mundial em que deixou de entrar nos planos de Queiroz após o primeiro jogo, diante da Costa do Marfim.
Com as ansiadas férias no horizonte, os restantes 22 jogadores também não deverão ter direito a uma recepção quente em Portugal, em função da hora de chegada e também do resultado final de uma campanha em que as expectativas chegaram a ser colocadas num patamar elevado. Segue-se a qualificação para o Euro 2012...