<p>O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que a CDU, que conquistou 28 câmaras, menos quatro que em 2005, "resistiu bem", recusando interpretar estes resultados como uma derrota.</p>
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A CDU perdeu a presidência de sete câmaras -- Aljustrel, Beja, Viana do Castelo, Vila Viçosa, Marinha Grande, Monforte e Sines -- e conquistou três novas autarquias: Crato, Alvito e Alpiarça.
Em declarações aos jornalistas na sede do PCP, em Lisboa, Jerónimo de Sousa admitiu que este é um "resultado insuficiente, tendo em conta a campanha feita e o projecto da CDU", mas é, sublinhou, "longe de ser uma derrota".
"A CDU resistiu bem e continua a ser essa grande força nacional, autárquica e uma força de esquerda indispensável para a resolução dos problemas do país e dos concelhos", destacou.
Jerónimo de Sousa afirmou que a votação para as assembleias municipais se situava, cerca das 22:30, nos 11 por cento, com mais de três mil mandatos conquistados, uma "expressiva votação alcançada" que disse dar "continuidade a uma sólida e sustentada progressão da CDU que testemunha a ampla corrente de apoio e confiança de um número crescente" de eleitores.
Em 2005, a CDU conquistou 32 autarquias, com uma votação de 10,97 por cento dos votos.
Os resultados, acrescentou, são "um sólido elemento de confiança para as batalhas políticas e eleitorais futuras por uma vida melhor".
O líder comunista referiu a perda de seis municípios, pondo de parte o município de Sines, onde o autarca comunista eleito em 2005, Manuel Coelho, se desvinculou entretanto do PCP.
Para Jerónimo de Sousa, a perda das maiorias nestes concelhos "não é separável da proximidade destas eleições locais com as eleições legislativas realizadas há apenas duas semanas, que não permitiu que o valor do trabalho da CDU nas autarquias e do mérito que lhe é largamente reconhecido se tivesse plenamente afirmado nestas circunstâncias".
O responsável do PCP afirmou ainda existir uma "persistente e intensa campanha centrada na desvalorização da CDU, que tendo tido origem bem antes, conheceu novos desenvolvimentos desde há duas semanas com a realização das eleições legislativas".
Jerónimo de Sousa salientou que a partir de segunda-feira vai manter a sua "decidida intervenção para abrir caminho à ruptura e à mudança capaz de assegurar um país de justiça social e de progresso".