Líder da JS acusa PSD de fazer "aproveitamento político" do 'caso das escutas'

"Houve uma tentativa de aproveitamento de um caso, desnecessária, sem a informação toda, de foram precipitada, na ânsia de querer provar que afinal havia asfixia democrática no país", afirmou Duarte Cordeiro, em declarações à Lusa no final de um debate com o líder da JSD, Pedro Rodrigues, organizado pela associação de estudantes do Instituto Superior Técnico.

O 'caso das escutas' foi um dos temas em discussão no debate entre os líderes da JS e da JSD, com Duarte Cordeiro a criticar o aproveitamento que a líder social-democrata fez relativamente a este caso.

"Fez mal em ter feito esse aproveitamento político", afirmou.

Antes, Duarte Cordeiro tinha já feito uma "piada", como ele próprio sublinhou, dizendo que "depois da última semana, toda a gente acha que o Presidente é cooperante, ninguém tem dúvidas que o Presidente é cooperante".

Questionado no final do debate sobre esta "piada", o líder da JS disse que se estava a referir ao facto da demissão do assessor da Presidência Fernando Lima confirmar que "alguma coisa na Casa Civil, na relação que teve com os jornalistas, não deve ter funcionado da forma mais eficaz".

"Parte-se do princípio que na Casa Civil algum aspecto não deve ter funcionado correctamente na forma como aquela notícia foi construída e as pessoas perceberem que o Governo do PS nada tinha a ver com escutas e nada tinha a ver com a situação que foi empolada", sustentou.

A licenciatura do primeiro-ministro José Sócrates foi igualmente abordada durante a discussão entre os líderes das juventudes partidárias, com o secretário-geral da JS a considerar que é "falta de educação" a JSD continuar a trazer a questão para o debate.

"Acho relevante para o país saber o currículo do engenheiro Sócrates", contrapôs o presidente da JSD, Pedro Rodrigues, considerando que "as dúvidas existem".

Contudo, acabou por ser o casamento entre homossexuais a motivar a troca de palavras mais 'quente', com Duarte Cordeiro a defender "o casamento para todos" e Pedro Rodrigues a admitir que "é liberal nos costumes", mas ainda tem dúvidas quanto à possibilidade de casais do mesmo sexo puderem adoptar crianças.

"Já fui contra, mas hoje não tenho uma posição definida", salientou, acrescentando que hoje em dia apesar de já ser "tendencialmente a favor" considera que a questão ainda não foi suficientemente debatida na sociedade portuguesa.