O líder do BE assestou o ataque de quinta-feira em Pedro Passos Coelho, líder do PSD, que em seu entender foi "evoluindo sobre a questão da IVG mas começou o dia a defender na Rádio Renascença que a lei podia ir a um novo referendo".
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Falando no comício da noite na emblemática sala de Almada - a Incrível Almadense - Francisco Louçã disse que "foi a força da Democracia que fez com que as mulheres deixassem de ser levadas a tribunal por abortarem". O referendo que pôs fim à criminalização do aborto foi em seu entender "um acto de decência atrasada".
Frisou que no "referendo votaram pelo 'sim' homens e mulheres católicos que não aceitavam a criminalização das mulheres por abortarem".
O líder do BE lembrou ainda que Portugal já teve um primeiro-ministro que dizia não ler jornais, numa evocação de Cavaco Silva, mas o visado desta vez era o actual ocupante do lugar, ou seja, José Sócrates.
Louçã avisou que se Sócrates lesse hoje os jornais e visse o que se estava a passar na Grécia ia perceber o que está à espera de Portugal. Ou seja, depois de um ano de austeridade os gregos vivem pior, com mais dívida, mais défice e existem vozes a dizer que a Grécia pode mesmo ter de sair da zona euro.
Já Mariana Aiveca - que encabeça a lista do BE por Setúbal - centrou igualmente o seu discurso a atacar a posição do líder do PSD sobre a IVG dizendo que ele "anda com o passo trocado por nos querer fazer regressar ao século XIX". A deputada abordou, ainda, as duas decisões que se terão de tomar a 5 de Junho lembrando que do empréstimo de 78 mil milhões cerca de 12 mil milhões de euros são para capitalizar directamente a banca. Daí que o BE tenha proposto uma auditoria séria para se saber quanto se deve efectivamente. Mariana Aiveca disse ainda que "ser caloteiro "é saber se queremos continuar "a ter uma geração à rasca ou a mais desqualificada de sempre", frisando que isso "o BE não aceita". Saudou ainda os jovens de 12 de Março e todos "os que disseram não aos recibos verdes".
Antes, Jorge Costa, actual deputado pelo distrito, abordou o caso grego para dizer que hoje esse país "está em risco de perder a sua soberania mesmo no que respeita à venda do seu próprio património".