No dia em que a comitiva do PSD ficou retida 40 minutos no IP4 devido a obras, Pedro Passos Coelho considerou a renegociação de contratos com as concessionárias de autoestradas um "caso de polícia" e reiterou a cobrança de portagens em todas as SCUT.
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O líder do PSD classificou, esta quinta-feira, como "um caso de polícia" os contratos resultantes da renegociação que o governo fez com as concessionárias das autoestradas, que levarão o Estado a pagar mais do que o inicialmente previsto.
Numa intervenção num almoço em Mirandela, o líder social-democrata recuperou uma denúncia feita, pela manhã, pelo coordenador do BE, Francisco Louçã, relativa ao relatório preliminar do Tribunal de Contas que confirma que o Governo reforçou com dez mil milhões de euros as concessionárias das autoestradas e diz que grande parte dos novos contratos são "ilegais".
"Se são ilegais, então o que temos aqui é um caso de polícia", sublinhou Pedro Passos Coelho, questionando a razão porque "é que depois de renegociar os contratos, o Estado tem ainda de pagar mais às concessionárias do que antes de fazer a renegociação".
Ainda a propósito de autoestradas, o líder do PSD assegurou que o partido só tem uma posição sobre a cobrança de portagens nas autoestradas sem custos para os utilizadores (SCUT), defendendo que "todas" devem ser portajadas.
"O PSD só tem uma posição, não tem nem duas, nem três, só tem uma posição: todas, mas todas, as SCUT devem ser portajadas", frisou aos jornalistas no final do almoço.
Recordando que o "país inteiro" sabe que quem tomou a decisão de introduzir portagens nas chamadas SCU foi o governo de José Sócrates, Passos Coelho contrapôs com a posição do PSD, que foi de defender "sempre, mas sempre, que não devia haver SCUT e que as autoestradas deviam ser todas portajadas".
Questionado também sobre a A4, que irá terminar em Bragança e terá portagens, o líder social-democrata respondeu de forma taxativa: "não há nenhuma dúvida que todas as autoestradas em Portugal serão portajadas" e não haverá nenhuma "moratória especial" para a região.
A única coisa que irá acontecer, acrescentou, será que haverá a necessidade de adequar o valor da portagem ao grau de desenvolvimento da região. "As regiões que tiverem um desvio significativo para a média nacional podem ter um desconto na portagem a ser fixada", adiantou.