<p>Santa Apolónia pode ser uma estação distante, muito distante de Lisboa. Uma estação promotora do conhecimento e do empreendedorismo, bem à medida das propostas que Manuela Ferreira Leite apresenta, quando fala em investimento de proximidade e na necessidade de tornar o país coeso, pondo cobro ao isolamento do Interior. Ali fica o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), ontem povoado por políticos, professores desejosos de inculcar certas mensagens nos políticos e caloiros que, ali em dia de matrículas, nem sabiam bem para onde ir.</p>
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Antes de contactar o povo brigantino, num micropercurso urbano que culminou com a entrada - "obrigatória", dizia o cabeça-de-lista do distrito, José Ferreira Gomes - no café Chave d'Ouro, a caravana do PSD marcou na agenda uma visita ao Centro de Empreendedorismo do IPB, departamento que apoia os alunos na promoção de actividades empresariais ou profissionais relacionadas com a formação recebida, mas teve de visitar uma caterva de laboratórios e espantar-se com uma miniatura de helicóptero movida a energia solar ou, ainda, com uma trotineta eléctrica a que o cicerone chamou "scooter".
O interesse dos visitados, claro, era mostrar o que fazem a alguém que pode vir a governar o país e, a partir daí, reclamar mais atenção para a investigação aplicada (com objectivos práticos, explique-se), cujos apoios são, dizem, residuais em relação aos que são dados à investigação pura feita nas universidades.
O interesse da visitante era, como referimos atrás, dizer que "pequenos acréscimos de investimento e maior atenção a determinado tipo de sectores podem servir para dar um salto extraordinário naquilo que são as nossas carências de desenvolvimento".
Num dia passado para lá do Marão (ou para cá, se os leitores estiverem em Trás-os-Montes), Manuela Ferreira Leite tinha, obviamente, de tentar fazer passar a mensagem contra as assimetrias entre Litoral e Interior, cujas causa, sejamos honestos, são ancestrais e transcendem os episódios de governação que são as legislaturas.
Mesmo assim, a candidata social-democrata teve de responder às questões sobre grandes investimentos na região. Ligar Bragança a Vila Real por auto-estrada é algo em que garante não mexer, pois trata-se de uma via promotora da coesão, ao contrário de outras que, entende, resultam da tentação de "enfeitar o país com auto-estradas".
Já quanto à barragem do Tua, Manuela Ferreira Leite recusa-se a "fazer política com base em 'sound bytes' ou no que aparece na Comunicação Social, garantindo apenas que, se for primeira-ministra a partir do próximo domingo, definirá prioridades do seu Governo, dando a entender que esse investimento poderá ser preterido com tal definição.