<p>Elisa Ferreira, acompanhada por Pedro Abrunhosa, escolheu o dia da República para visitar o Bairro do Aleixo, onde recebeu inúmeros pedidos dos moradores para evitar a demolição das torres e acusou Rio de o ter transformado num "gueto social". </p>
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A candidata socialista à Câmara do Porto sublinhou hoje que o problema do Aleixo não é "um problema de casas" mas sim uma questão "de tráfico de droga e de redes poderosas que estão instaladas" no aglomerado habitacional social.
"Temos um tráfico de droga que esteve aqui a manter-se nas barbas do presidente da câmara", acusou Elisa Ferreira, que salientou ainda "o problema de exclusão social de uma população de 1300 pessoas que estiveram oito anos ao abandono".
Durante a visita da comitiva socialista, onde estavam integrados nomes como Pedro Abrunhosa, Rosa Mota e Manuel Pizarro, Elisa Ferreira recebeu inúmeros pedidos de ajuda dos moradores do Aleixo para que a candidata do PS à autarquia conseguisse travar a demolição das torres.
Luísa, uma moradora que quis contar a sua história à eurodeputada, condenou o facto de a irem tirar do sítio onde "construiu uma vida desde os oito anos", tendo afirmado duvidar que as casas que o Rui Rio "diz que estão prontas" para receber as pessoas vindas do Aleixo tenham "tão boas condições" como aquelas em que vivem actualmente.
"O problema do Aleixo não é um problema de casas: é um problema de tráfico de droga, de consumo de droga e de exclusão social", resumiu Elisa Ferreira que considera que o ataque ao flagelo social "tem que ser feito pelas vias policiais e judiciais", acusando a câmara de não ter utilizado "todos os instrumentos" para retirar as redes instaladas de tráfico de droga.
"O que me custa é que as pessoas tenham sido tratadas como cidadãos de segunda num contexto onde nós sabemos tudo menos aquilo que acontece às pessoas", condenou a cabeça de lista socialista para as eleições autárquicas no Porto do próximo dia 11 de Outubro.
À margem da visita ao Bairro do Aleixo, o número três da lista para a Assembleia Municipal à autarquia portuense, Pedro Abrunhosa, acusou Rui Rio de "ser perito em manipular informação e a sonegar", tendo comparado o presidente da câmara a um "grande ilusionista" que "tem feito desaparecer as contas públicas" e que "transformou o Porto num Excel".
Em resposta à Lusa sobre as acusações feitas por Rio no domingo sobre o facto dos socialistas não saberem distinguir cultura de lazer, o cantor acusou o autarca de confundir "cultura com circo".
"Quando ele for vereador e eu for deputado da assembleia municipal nós vamos digladiar-nos. Mas o problema é que ele não vai querer ser vereador porque este presidente da câmara é um cobarde", concluiu Pedro Abrunhosa.