<p>À mesma hora e no mesmo local. O ponto de encontro estava acertado e a caravana do BE ia rumar a Guimarães, quando soube que os sociais-democratas também o fariam. Como não queria deixar de passar pelo "berço da Nação", Francisco Louçã optou por mudar de hora e local. "Não tem nenhuma vantagem as duas caravanas cruzarem-se, cria confusão eleitoral", explicou o candidato, que realizou uma arruada serena em Guimarães. </p>
Corpo do artigo
Em Braga, foi muito bem recebido. Os habituais beijinhos e cumprimentos não faltaram no centro da cidade, que se acotovelou para ver Louçã passar: "Deixe ver, mulher. É bem mais alto do que parece. Que vistoso!", dizia uma transeunte.
À porta de uma farmácia, parou para cumprimentar a população. Conselho, apoio, crítica ou simples elogio, duraram. Mais à frente: "Venha de lá esse abraço". Um septuagenário agarrou-se a Louçã e deu-lhe força, "muita força para o camarada".
Duas amigas, a rondar os 40 anos, cochichavam: "Eu vou lá falar-lhe, ai vou, vou", dizia uma. "Anda daí, vamos dizer-lhe que viemos de propósito para o ver", dizia a outra. E lá foi a dupla, de decotes generosos, dar um beijinho ao candidato, que para elas pouco olhou. "Não faz mal. O beijinho já cá canta. Que simpatia", concluíram.
Um cidadão mais inconformado nem parou para olhar o líder do partido. Atirou "vão mas é trabalhar!" e seguiu caminho. Francisco Louçã, pouco dado a responder a provocações, seguiu. Até porque mais beijinhos o esperavam.
De manhã, em Esposende, espreitou a lota e seguiu de barco até à barra. A intenção era alertar para as queixas dos pescadores, que reivindicam a intervenção na barra, devido às dificuldades de entrada e saída, mas o candidato foi surpreendido com uma ilegalidade: os barcos usados pela comitiva não estavam autorizados a transportar passageiros.
"O barco saiu legal?", indagou Louçã. "Não, porque não posso andar com pessoas que não estejam matriculadas", respondeu-lhe o mestre da embarcação. "Eu respondo por si", ofereceu-se o candidato. Mas não surgiram problemas e, já em terra, Louçã escutou a promessa irónica de um pescador: "Eu vou votar é no BPN". A "boca" até lhe deu jeito, mais tarde: "O PS já fez as suas alianças. Foi com o BPN, por exemplo", disse, garantindo que o Bloco não é "salta pocinhas".