"As sondagens são uma forma de manipular o eleitorado", garantiu esta sexta-feira ao JN o candidato independente à câmara do Porto Nuno Cardoso, debaixo de uma chuva intensa que não o impediu de concluir no Aleixo a ronda pelos bairros da cidade. As previsões hoje publicadas atribuem ao ex-autarca 2% a 4%, insuficientes para um mandato no executivo.
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"Nas últimas eleições, a sondagem à boca das urnas dava 1,5% ao CDS. Conseguiu 13% e está dominar o país! As percentagens são no domingo", lembrou o candidato, acusando a sondagem da Universidade Católica de se ter "esquecido" de fazer a extrapolação do resultado do movimento "Porto de futuro", numa votação em urna fechada. "Fizeram-no para o Bloco, não para nós".
Nuno Cardoso confia que as pessoas vão ser coerentes com o que têm dito ao longo da campanha. "Estão cansadas dos políticos profissionais que estão a matar a democracia todos os dias, só preocupados com o poder e os tachos", diz o engenheiro, que governou o Porto pelo PS, durante dois anos, substituindo Fernando Gomes quando este foi para o governo de António Gomes.
"Sou socialista e serei sempre", admitiu, há dias, a uma cidadã de Campanhã que lhe perguntava se era do PS. "Viemos para servir, viemos por valores. O espírito mantém-se. Se nos quiserem dar confiança, melhor, porque terão a voz do povo na Câmara", diz o candidato, lembrando ter a única equipa que deixa "legado para a cidade": reabriu o Cinema Batalha e lançou as bases de associação de amigos que vai negociar a ocupação do espaço com a empresa proprietária; anunciou o aproveitamento do Convento das Carmelitas Descalças; promete acordar "com a Câmara, a Misericórdia, ou quem for", a criação da "Moeda do Porto", uma espécie de forma de remunerar em géneros quem queira trabalhar para a comunidade.
Nuno Cardoso aproveitou a visita ao Bairro do Aleixo para lamentar a forma como a demolição de duas torres e o realojamento dos moradores foi feito. "Foi de uma falta de humanidade... é contra este tipo de gerir da cidade que me candidato". Diz ter sido o primeiro a falar da questão do bairro "há 12 anos", defendendo a demolição das torres por ser contra a habitação social em altura. Mas seria para dar lugar a um bairro na horizontal no mesmo local, onde se pudesse realojar os moradores.