"Se quiserem eu começo o programa sozinho". Francisco Louçã gracejou à passagem de Ricardo Araújo Pereira que o veio cumprimentar antes do início da entrevista.
Corpo do artigo
Não havia atrasos, até porque o líder do Bloco de Esquerda teria de seguir para um debate sobre o estado da saúde, em Lisboa. Mas os olhos do entrevistador estariam, certamente, sequiosos de um televisor, ou não estivesse a jogar a sua equipa, o Benfica.
Louçã estava satisfeito e desfazia-se em elogios ao "Gato Fedorento". No entanto, não quis confessar de qual candidato tinha gostado mais de ver até ao momento. José Sócrates? Manuela Ferreira Leite? Paulo Portas? Louçã sorria, mas não dava resposta. Apenas elogiava o programa e os seus intervenientes.
"A cultura fica a ganhar com este programa. Sou um grande fã", disse. José Diogo Quintela passava e levava as gravatas de todos na mão. De todos, menos de Louçã. Sobriamente vestido com uma camisa azul clara e um casaco clássico escuro, mas sem a gravata, que não usa mesmo. "Sabe eu às vezes não uso gravata", ironizou depois.
Tiago Dores e Miguel Góis trocaram algumas palavras com o líder antes da entrada em estúdio.
E já sentado à mesa mas antes do "Gravar" das câmaras Louçã ainda deu para o coordenador do BE realçar ao humorista que o partido está crescer. Até o confirmam as sondagens. "Esta última dá quanto ao bloco?", perguntava interessado o entrevistador, para ouvir a voz o contentamento: "Dá 12".
Já o Benfica estava a ganhar por 2-0 quando a entrevista começou. E foi mesmo pegando numa frase de José Sócrates - proferida a quando do debate entre os dois candidatos - : "Então foi ao Algarve, seu maroto".
Francisco Louçã deu uma gargalhada para explicar que vai a muitos sítios, até a sítios onde os outros candidatos não vão.
Ainda um pouco tenso, descontraiu por completo quando o entrevistador o desarmou: "Vejo-o às vezes tão tenso, mas está num partido que é associado a certas substâncias que descontraem". Risadas.
Ricardo Araújo Pereira prosseguiu, falou da "confusão entre transsexuais e transgénicos", PPR, Américo Amorim, benefícios fiscais e, claro, das "nano, mini, micro e pequenas empresas".
A certa altura o espontâneo fez soar gargalhadas, com a passagem de uma funcionária de limpeza pelo cenário. "Logo hoje. Deve querer vir falar consigo sobre os direitos dos trabalhadores e o fraco ordenado que lhe pago", lançou Ricardo Araújo Pereira.
Já para finalizar, o entrevistador não quis que o líder bloquista, que se mostrou sempre à vontade e até a responder "à letra", não esclarecesse se estava ou não zangado com Joana Amaral Dias "do ponto de vista partidário, ela é super fofinha", disse. Louçã garantiu que não está zangado, dizendo que quem ficou foi o PS por ela lhe ter dado uma "tampa".