Não coube a Paulo Portas responder aos ataques que têm vindo de outros lados, encarregou-se António Pires de Lima de o fazer, com um tom sereno que não escondeu a dureza do repto: "Desafio o líder do PSD - se é líder do PSD - a pôr ordem na sua gente".
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Contra-ataque em Braga, este domingo, num jantar com empresários destinado a debater a economia. Mantendo Paulo Portas num patamar de distanciamento dos ataques que são desferidos contra ele, condição essencial à pose de Estado que tem desenhado desde bem antes do início desta corrida, outros o fazem. Mas sem ser à letra, pois a mensagem que pretendem passar - a de que o CDS é o partido mais habilitado, hoje, a liderar um Governo - não o permite.
Embora tenha reagido a críticas saídas das hostes sociais-democratas, Pires de Lima, gestor que tem estado afastado da vida política activa, mantendo-se como presidente do Conselho Nacional do CDS, não descurou a expectativa de formar, após 5 de Junho, Governo com o PSD: "No dia 6, vão estar connosco no Governo; é tempo para se deixarem de insídias, de querelas e de insultos".
Da estratégia centrista, repetimos, ressalta esta ideia de que o país, hoje, não pode existir sem o CDS na governação. Antes, Telmo Correia, que é cabeça-de-lista pelo círculo de Braga, dissera os comensais: "Podem estar perante um futuro primeiro-ministro de Portugal. Aproveitem!". Pois foi o correligionário Pires de Lima quem melhor aproveitou, rematando um longo discurso sobre economia com as mais significativas tiradas políticas da noite.
Fê-lo de várias formas, destacamos uma: "O melhor Governo que Portugal pode ter é um Governo liderado pelo CDS". Será preciso Portas dizer que é candidato? Aparentemente, está a assumir-se como tal por interpostos oradores.