Numa "manhã muito proveitosa", Paulo Portas passou pelo "elevador social", bandeira eleitoral do CDS, deu autógrafos, não tocou pandeireta embora se dissesse especialista, fez a apologia das pequenas e médias obras para beneficier o interior, piscou o olho aos jovens e passou várias vezes pelas mesmas ruas da cidade da Guarda.
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Visitas à Escola de Turismo e Hotelaria de Seia, pólo do Instituto Politécnico da Guarda, e ao centro de cuidados continuados da Associação de Beneficêncoa Popular de Gouveia foram as chaves para o proveito enaltecido por Portas., por serem "a prova de que no Interior se fazem iniciativas de qualidade e com a aprovação da sociedade".
O líder do CDS insiste em dar ênfase ao programa eleitoral, defraudando a generalizada voracidade mediática, baseada no jogo de ataques e contra-ataques entre líderes partidários (os "sound bytes", isto é, as toradas bombásticas que não passam disso mesmo). Daí que, depois de ter passado por um elevador para cadeiras de rodas e comentado o facto, tenha recuperado o "conceito original e inovador" do "elevador social", iasto é, a apologia da mobilidade social e da ideia de que, trabalhando, "é possível subir na vida, pela educação e pelo trabalho, e deixar aos filhos mais do que se recebeu dos pais".
Essa é uma ideia com que Portas acena aos jovens e aos problemas básicos que se lhes depara: dificuldades em arranjar emprego ou lançar um negócio, carga fiscal sobre os recibos verdes, dificuldade para encontrar habitação... "Dar uma resposta focada" é a chave, diz, exemplificando com os problemas decorrentes do Código Contributivo: "É inacreditável que um jovem, que arranque com um salário de 1200 euros, pague quase 50% em impostos. Que stímulho lhe dá isto para ser empreendedor?... Estar a trabalhar para alimentar o Estado e as suas clientelas? Francamente, vão dar uma volta!...".
Sobre o sector do turismo, que considera ser um dos "sectores económicos que nos permitem criar crescimento e reduzir endividamento", Portas foi questionado sobre a questão do IVA, não se comprometendo, por não ter conhecimento efectivo de uma situação que apenas poderá avaliar se chegar ao Governo: "Acho prudente ver primeiro, para depois falar solidamente", disse, admitindo que é preciso olhar para o que fazem países como Espanha ou França, pois o sol e as praias não são exlusivos de Portugal.