Uma visita ao novíssimo Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório do Hospital de Santo António, no Porto, serviu, esta terça-feira, para Paulo Portas insistir nas ideias programáticas que defende para o sector da Saúde.
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Como se tem visto nestes primeiros dias de campanha, o CDS-PP tenta seduzir eleitores praticamente em todo o espectro político. Daí que, mais do que alguma vez de há muitos anos a esta parte, o partido insista na matriz da democracia cristã, distanciando-se das correntes liberais que cola quase exclusivamente ao PSD.
Quem diz o partido diz Paulo Portas, que se apresenta como defensor do Serviço Nacional de Saúde, o que justifica com a noção de que esta é "a segunda maior preocupação dos portugueses, a seguir ao desemprego".
"São necessárias reformas no Serviço Nacional de Saúde, para que seja mais rápido na resposta e mais humano no tratamento", diz Portas, salientando a importância de organizar o sistema com base no médico de família, designadamente para pôr cobro aos falsos episódios de urgência que entopem os hospitais, algo que no actual estado de coisas não é possível: "Estima-se que haja meio milhão de pessoas sem médico de família".
Outro flagelo apontado pelo líder do CDS é o das listas de espera, para consultas e cirurgias, que considera poder ser combatido através da contratualização com outras instituições, como os hospitais das misericórdias, conquanto os custos sejam similares aos do sector público: "Não há nenhum preconceito ideológico que deva fazer as pessoas ficar mais meses em listas de espera".
Portas, que falou ainda das prioridades em matéria de política do medicamento (prescrição por princípio activo e dispensa por unidose), mostra-se ainda favorável ao que a Constituição preconiza para o acesso à saúde (universal e tendencialmente gratuito), embora note que "os que têm liberdade de escolha têm o direito de ter essa liberdade de escolha".