Carlos Queiroz não acredita numa Costa do Marfim fragilizada, caso Drogba não recupere para o Mundial. O seleccionador nacional lamenta a lesão do avançado, mas só está preocupado em manter o estilo de jogo português.
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A Costa do Marfim tem duas semanas para recuperar Drogba a tempo de jogar com Portugal. A dúvida instalou- -se, mas o seleccionador nacional não quer pensar no adversário. Carlos Queiroz lamentou a lesão do avançado do Chelsea, mas nem está interessado em saber se o costa--marfinense joga.
"Quando os grandes jogadores estão fora do Mundial, é sempre uma pena. Mas só pensamos na nossa equipa. Não me interessa se joga o Drogba ou não. É uma pena, mas o mais importante é termos o nosso estilo", afirmou Queiroz, ontem, em Oeiras.
O treinador fez um balanço positivo do estágio na Covilhã e referiu que a equipa evoluiu bastante com o trabalho.
"Depois de fazermos uma avaliação pessoal de como os jogadores chegaram, podemos ver uma evolução significativa. Posso dar os exemplos dos casos de Paulo Ferreira, do Ricardo Carvalho ou do Deco", apontou Queiroz, explicando que os jogadores referidos "já estão num ritmo e agressividade de jogo ao nível dos que jogaram mais".
Desvalorizar os críticos
O responsável apontou uma maior empatia dos jogadores com os adeptos, mas admitiu que nem todos estão com a equipa portuguesa. "A grande maioria está. Alguns podem ter hesitações, outros não. Aqueles que não querem estar connosco não estejam. Respeitamos isso", sublinhou o seleccionador nacional.
Carlos Queiroz gostava que o cognome da selecção nacional fosse Cabo da Boa Esperança, em homenagem aos Descobrimentos e à dobragem do Cabo das Tormentas pelo navegador Bartolomeu Dias, na África do Sul.
"Prefiro Cabo da Boa Esperança do que Adamastores. Mas há quem goste mais de Adamastores. Eu prefiro a Boa Esperança", atirou o seleccionador nacional, de forma irónica.
Ambientação ao clima
Depois de amanhã, em Joanesburgo, Portugal joga com Moçambique (15.30 horas, TVI), no último jogo de preparação, antes do Mundial. Carlos Queiroz admitiu que a equipa ainda não está no nível pretendido e que o encontro vai ser decisivo para a ambientação à África do Sul.
"Vamos ter três dias de adaptação à atmosfera em que vamos jogar. O jogo com Moçambique vai ser feito nesse período, para estimular e puxar os jogadores para essa adaptação depois de uma viagem de doze horas. A partir do dia 9 [quarta-feira], estarão todos aptos", assegurou o seleccionador nacional. O técnico assumiu que ainda não sabe qual será o onze titular no Mundial.