A África do Sul vai receber o primeiro lote de 80 mil vacinas da farmacêutica Johnson&Johnson (J&J) contra a covid-19 e pode começar a aplicá-las na quarta-feira aos profissionais de saúde, disseram fontes médicas à agência Efe.
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O início da vacinação será feito com base num "estudo de implementação" organizado pela Associação Médica da África do Sul (SAMA), já que a solução da J&J ainda não foi aprovada para uso comercial.
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"A chegada das vacinas está prevista para hoje (...). Dois terços irão para trabalhadores do setor público da saúde e um terço para o setor privado", explicou Angelique Coetzee, presidente da SAMA.
Embora o Ministério da Saúde da África do Sul não tenha divulgado os detalhes do início do processo de imunização, a SAMA, entidade responsável pela realização do estudo, já identificou 16 centros em todo o país que ficarão responsáveis pela aplicação das doses.
Se os planos forem cumpridos, as primeiras vacinas serão utilizadas na quarta-feira e de forma mais robusta a partir de quinta-feira.
Essas 80 mil vacinas representam a primeira remessa de um total de 500 mil doses que a África do Sul receberá com urgência do laboratório, após o país, o mais atingido pela covid-19 no continente africano, ter modificado, repentinamente, a sua estratégia de imunização.
A África do Sul recebeu o seu primeiro lote oficial de um milhão de doses no dia 1 deste mês da farmacêutica AstraZeneca.
Contudo, poucos dias depois, o Governo anunciou que a aplicação desses produtos estava suspensa após a divulgação dos resultados de um estudo preliminar que apontava que o tratamento promovido pela Universidade de Oxford tinha uma eficácia muito limitada (22%) contra o contágio pela nova variante do coronavírus (501Y.V2) descoberta no país.
Depois do adiamento da vacinação com o produto da AstraZeneca, as autoridades sul-africanas decidiram oferecer à União Africana o milhão de doses em seu poder.
"As doses que comprámos foram oferecidas à União Africana para distribuição a países que já manifestaram interesse em adquirir as ações", disse hoje o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, no parlamento, sublinhando que "não haverá desperdício de dinheiro".
Além das vacinas da J&J, o país também tem previsto receber outros nove milhões de doses dessa mesma vacina e 20 milhões da Pfizer e espera ainda 12 milhões de vacinas no âmbito do mecanismo internacional Covax. O Governo pretende vacinar 67% da população até ao final do ano.
O país já registou 1.492.909 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e 48.094 mortes associadas à covid-19.