A frente Al-Nusra, filial da al-Qaeda na Síria, afirmou que o seu objetivo é criar "um emirato muçulmano" sob Alá e de acordo com a lei islâmica, num comunicado difundido, esta segunda-feira, em fóruns islâmicos.
Corpo do artigo
No comunicado, cuja autenticidade não foi comprovada, o grupo "jihadista" explica que o emirato será anunciado no futuro, mediante o acordo de todos os mujahidines, combatentes armados jihadistas, e ulemás, sábios versados na lei islâmica e religião muçulmana. Foi também adiantado que esse Estado irá dispor de um corpo judicial e de segurança.
A frente Al-Nusra adverte que não irá permitir que ninguém interrompa os resultados da "jihad" ("guerra santa"), e recusou "os projetos seculares" que não tenham em conta os sacrifícios feitos pelos seus combatentes.
Também incita os combatentes a cerrar fileiras para fazer frente ao regime de Bashar al-Assad e ao seu rival, o Estado Islâmico (EI), que em finais de junho proclamou um "califado muçulmano" no Iraque e na Síria.
Ambos os grupos estão em confronto desde janeiro no norte do território sírio, onde o EI tomou controlo de várias zonas.
O líder da al-Qaeda, Ayman al Zawahiri, declarou a frente Al-Nusra uma filial da sua organização na Síria e desautorizou o EI de operar neste país ordenando que apenas se limitasse ao Iraque, ordens que não foram cumpridas.
Entretanto, os confrontos entre a frente Al-Nusra e o EI continuam na localidade de Deir Al Zur, no noroeste da Síria, onde os militantes da frente e aliados se retiraram de alguns quartéis que mantinham na zona.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos precisou que este recuo coincide com o fracasso das negociações entre os dois grupos e a morte do emir da frente Al-Nusra, Abu Hazem al Balad, devido a disparos do EI.
Após o recuo, o EI içou a sua bandeira em várias bases da frente Al-Nusra em Deir Al Zur, em cujos arredores continuam os confrontos.
Esta cidade encontra-se dividida entre bairros controlados pelo regime sírio e outros nas mãos da frente Al-Nusra.
O EI cercou a cidade e controla a ponte principal sobre o rio Eufrates na sua passagem por Deir Al Zour, a principal via terrestre para a chegada de mantimentos aos outros distritos sírios dominados pela frente Al-Nusra assim como por outras fações.