O ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Fuad Hussein, recebeu hoje o homólogo sírio, Basam Sabag, e ambos manifestaram oficialmente a sua preocupação com a ofensiva insurgente em curso desde a semana passada na Síria. As forças dos grupos extremistas islâmicos na Síria avançaram em direção a Homs.
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Durante a reunião, os dois ministros "analisaram a situação e a evolução da segurança na Síria", tendo Fuad Hussein expressado "a profunda preocupação do Iraque com estes acontecimentos, notando que o país segue com grande interesse os acontecimentos na Síria devido ao seu impacto direto na segurança e estabilidade da região", segundo a agência oficial de notícias iraquiana, INA.
Por outro lado, o ministro sírio explicou, segundo o INA, que esta preocupação é “partilhada por ambos os países, sublinhando que os acontecimentos atuais podem representar uma grave ameaça à segurança” da região do Médio Oriente.
Os dois responsáveis sublinharam “a importância de continuar os contactos e a coordenação entre os dois países para evitar a repetição de experiências passadas e trabalhar para proteger a segurança regional, garantindo a estabilidade da região e servindo os interesses comuns”.
Esta reunião ocorre antes de o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchí, se reunir com ambos para discutir a situação na Síria.
Rebeldes estão a cinco quilómteros de Homs
Nas últimas horas, os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) "entraram nas cidades de Rastan e Talbisseh", situadas na província de Homs, na ausência total das forças do regime, acrescentou o OSDH.
De acordo com as mesmas informações, as forças extremistas estão hoje "a cinco quilómetros de Homs".
A mesma organização indicou ainda que a população civil abandonou a cidade de Homs na quinta-feira depois de os extremistas terem capturado a cidade estratégica de Hama, situada nas proximidades, numa ofensiva que representou um duro golpe para o governo de Bashar al-Assad.
Hama, situada a sul de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, controla a estrada para Homs, cerca de 40 quilómetros a sul, e para a capital Damasco.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos indicou ainda que se registaram ataques aéreos na autoestrada Al-Rastan, na rota Hama-Homs, à medida que as forças islâmicas avançavam.
Na quinta-feira à noite, dezenas de milhares de habitantes de Homs, principalmente membros da comunidade alauita (a que pertence o Presidente sírio), foram vistos a fugir em direção à costa ocidental, segundo o OSDH.
Em 27 de novembro, os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham lançaram uma ofensiva surpresa a partir do reduto em Idlib (noroeste), tomando dezenas de cidades e a maior parte de Alepo (norte) e Hama.
As hostilidades fizeram mais de 800 mortos, segundo a organização não-governamental.
O ministro da Defesa sírio, Ali Abbas, afirmou na quinta-feira que a retirada das tropas governamentais de Hama foi "uma medida tática temporária".