Um relatório de duas organizações que lutam pela justiça racial acusou a Amazon, gigante do comércio online, de servir como plataforma para a venda de produtos racistas, nazis e supremacistas.
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Apesar de a empresa ter implementado uma política contra todos os artigos que "promovam ou glorifiquem o ódio, a violência, a intolerância racial, sexual ou religiosa ou promovam organizações com tais opiniões", aparentemente, as roupas para bebés com cruzes em chamas, brinquedos para crianças com simbologia nazi ou livros de editores supremacistas não foram incluídos neste critério.
O ressurgimento de grupos de ódio nos EUA pôs as organizações antidiscriminatórias com os olhos nas grandes empresas. Na última quinta-feira, a Aliança para as Famílias Trabalhadoras e o Centro de Ação sobre Raça e Economia publicaram um relatório no qual criticam a Amazon por permitir que grupos de ódio e racistas difundam os seus ideais. Após a publicação, a Amazon retirou a maioria dos produtos listados, de acordo com o jornal espanhol "El País".
Os investigadores recomendam que a Amazon desenvolva políticas mais fortes para todas as plataformas, com a ajuda de especialistas que estudam movimentos e símbolos de ódio, como o Southern Poverty Law Center (SPLC). O SPLC alertou em fevereiro que, nos 12 meses anteriores, foi possível assistir a um crescimento de grupos de ódio.
Estes grupos usam as empresas de e-book, auto-publicação, música e serviços web para aumentar os movimentos e recrutar seguidores. A Amazon, como maior serviço de livros eletrónicos nos EUA, representa uma excelente vitrina. Os pesquisadores também encontraram pelo menos 11 bandas de música identificadas como "de ódio" e quatro gravadoras racistas, com um total de 48 álbuns disponíveis. "A Amazon facilita a propagação de ideologias de ódio, incluindo a supremacia branca, o antissemitismo, a islamofobia e a homofobia", afirma o relatório.
As organizações criticam a empresa por ter duplicado os ganhos trimestrais em relação período homólogo de 2017, acusando a companhia de não investir o suficiente no controlo dos produtos oferecidos e de quem beneficia deles.