A representação colombiana do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou hoje o assassínio de quatro reféns pelo movimento de guerrilha FARC, admitindo que este ato "não isolado" poderá ser considerado um "crime contra a humanidade".
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"Estes assassínios reflectem uma terrível falta de humanidade e um completo desprezo pela vida", afirmou Christian Salazar, representante do organismo na Colômbia, num comunicado hoje divulgado.
"Estes fatos irracionais não constituem uma prática isolada ou esporádica. São crimes de guerra que poderão ser qualificados como crimes contra a humanidade", salientou o representante, manifestando ainda a sua "profunda tristeza perante o sofrimento dos reféns e das respectivas famílias".
Quatro reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), três polícias e um militar, foram mortos no sábado por elementos do movimento de guerrilha durante combates com o exército colombiano, anunciou o ministro da Defesa colombiano, Juan Carlos Pinzon.
Um quinto refém, um sargento da polícia, acabaria por ser encontrado vivo após a operação do exército, segundo Juan Carlos Pinzon.
O ministro explicou na mesma ocasião que o sobrevivente fugiu para a selva quando ouviu os primeiros tiros trocados entre a guerrilha e o exército colombiano e que só mais tarde contactou as autoridades.
Os reféns mortos, e o sobrevivente, pertenciam a um grupo de 18 polícias e militares que foi feito refém pelo movimento.
As famílias dos reféns atribuíram hoje à guerrilha e ao Governo colombiano a responsabilidade da morte dos seus parentes que não conseguiram alcançar a liberdade depois de mais de 12 anos de cativeiro.
"Tanto o Governo com as FARC são uns assassinos", sentenciou, em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, a irmã do major de polícia Elkin Hernández Rivas, sequestrado desde 13 de Outubro de 1998.