A lista de acusações de abusos sexuais perpetrados em instituições religiosas austríacas aumentou hoje, sábado, com revelações na imprensa local de um antigo aluno interno de um estabelecimento no Tirol.
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"O educador ordenava-nos que tomássemos duche nus e que nos lavássemos mutuamente as partes genitais. Ele olhava de perto nessa altura. Era um ritual", acusa Erwin Aschenwald, aluno interno deste estabelecimento de Fugen, oeste, entre 1970 e 1976, no jornal diário Tiroler Zeitung.
As crianças acabaram por contar o caso durante uma confissão e o educador foi demitido. Aschenwald denuncia também a utilização excessiva da violência pela equipa pedagógica, e principalmente pelo director, para fazer reinar a ordem neste estabelecimento para rapazes difíceis.
Em Viena, o jornal Der Standard noticia novas acusações referentes ao coro dos Pequenos Cantores de Ratisbona nos anos de 1960.
O coro quer instalar uma célula telefónica para recolher testemunhos das vítimas.
A Áustria é palco desde 9 de Março de uma série de revelações de abusos sexuais perpetrados em instituições religiosas. Em reacção, três padres já foram exonerados no norte do país e o arcebispo de Salzburgo, Alois Kothgasser, reclamou uma reflexão sobre o celibato.
Com estes escândalos, as autoridades da Igreja Católica, religião maioritária deste país com cerca de 8,3 milhões de habitantes, temem uma nova vaga de abandonos de fiéis da comunidade. Cerca de 53 mil austríacos abandonaram a Igreja Católica em 2009.